Terça-feira, 23 de abril de 2024, às 07:05:21- Email: [email protected]


Cármen Lúcia cobra investigações sobre estupro e morte de menina ianomâmi

“Não é possível calar ou se omitir diante do descalabro de desumanidades criminosamente impostas às mulheres brasileiras”, disse a ministra do STF. Segundo líder indígena, crime foi cometido por garimpeiros. Ministério Público investiga o caso.

Luana Patriolino
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), aproveitou a sessão desta quinta-feira (28/4), para cobrar esclarecimentos sobre a morte de uma menina ianomâmi de 12 anos, em uma comunidade na região de Waikás, em Roraima.

Cármen Lúcia destacou a gravidade da violência contra os indígenas ao longo dos anos. “Ocorre que a violência e a barbárie praticada contra os indígenas estão ocorrendo há 500 anos, não diferente a violência que vem ocorrendo, especialmente contra as mulheres no Brasil, de uma forma cada vez crescente. Parece que a civilização tem significado apenas para um grupo de homens”, disse.

“O feminicídio no Brasil vem mostrando a média de quatro mulheres mortas a cada dia, como se divulgou neste mês de março. As mulheres indígenas são massacradas sem que a sociedade e o estado tomem as providências eficientes para que se chegue a era dos direitos humanos para todos, não como privilégio de parte da sociedade”, completou a magistrada.

“Essa perversidade, acho, senhor presidente, é a minha palavra, não pode permanecer como dados estatísticos, como fatos normais da vida. Não são. Nem podem permanecer como notícias”, disse a ministra.

“Não é possível calar ou se omitir diante do descalabro de desumanidades criminosamente impostas às mulheres brasileiras, dentre as quais mais ainda as indígenas, que estão sendo mortas pela ferocidade desumana e incontida de alguns”, completou.


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