Terça-feira, 19 de março de 2024, às 00:27:15- Email: [email protected]


Próxima cúpula da Justiça já assume com desconfiança e sob suspeição

O rompimento traumático de Sérgio Moro com o presidente Jair Bolsonaro deixou fortes sequelas na cúpula da Justiça no Brasil. Apenas a chamada ‘grande mídia’ trabalha com a lorota que a Polícia Federal é ‘um órgão de Estado’ e que não sofre influência política.

Muito antes de Lula assumir a presidência, a PF já atuava influenciando diretamente o cenário político no Brasil. Quem puxar pela memória, vai lembrar do caso de Roseana Sarney, por exemplo, que foi alvo de uma operação quando ensaiou uma candidatura à presidência da República, o que enterrou qualquer pretensão nesse sentido.

No governo do PT, a PF conseguiu a tão sonhada ‘autonomia’, que garantiu, como bem disse Sérgio Moro, o avanço das investigações da Lava Jato e o resultado que temos atualmente. Foi também na gestão de Dilma Rousseff, que o Ministério Público conseguiu sair das amarras das indicações políticas. Mas, há que se fazer uma reflexão sobre isso, já que essas instituições estão claramente contaminadas por um aparelhamento ideológico que não necessariamente seja de esquerda ou direita, mas de grupos que se apresentam com ideais distorcidos, exagerados e oportunistas.

Sérgio Moro insistir com a permanência de seu protegido é um movimento válido, o que não é nada republicano é querer impor um nome a qualquer preço. Moro era subordinado a Jair Bolsonaro. Largou a magistratura para entrar na vida pública, portanto se sujeitando a fazer parte do jogo. Sua saída do governo foi claramente uma manobra política, daquelas dignas das criaturas que tentam engolir o criador. Foi ingrato e desleal, mostrou que não sabe perder.

Podemos concluir então que um diretor da PF tem capacidade de sabotar inquéritos à revelia do Ministro da Justiça? Que ele como MJ perderia o controle sobre sua pasta? Que qualquer outro diretor iria lhe passar a perna? Se ele não se garante como MJ, como quer se garantir em qualquer outro cargo, que não seja o de juiz que, por força da lei tem que ser obedecido?

O que Moro queria na verdade, era manter o núcleo da república de Curitiba, um grupo que aparelhou o Ministério Público e a Justiça Federal em nome do ‘combate à corrupção’, que nunca teve um voto sequer na vida, e querem controlar a política no Brasil. Mas a democracia não funciona dessa forma. É exatamente para evitar que esse tipo de aparelhamento que temos remédios e dispositivos constitucionais, coisa que a turma de Curitiba insiste em ignorar.

A manobra de Moro foi política, como foi a mensagem destoante que mandou para a deputada Carla Zambelli, de quem foi padrinho de casamento. Aquela frase “não estou à venda”, foi claramente calculada e fora do contexto da conversa. Zambelli tem graves limitações, mas até ela estranhou a colocação. Pecou pela inocência.

O resultado da ação de Sérgio Moro foi a desqualificação de seu sucessor e dos próximos diretores da Polícia Federal, independente de quem assuma, a instituição passará a ser olhada com forte desconfiança, tanto pelos opositores, quando pelos apoiadores de Jair Bolsonaro.

Sérgio Moro mais uma vez apunhalou a democracia. Tomara que pela última vez.

Fonte: Painel Político


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