Quarta-feira, 24 de abril de 2024, às 05:41:24- Email: [email protected]


Rondônia completa 40 anos de criação

Neste dia 4 de janeiro, Rondônia completa 40 anos de criação. No entanto, desde que começou a ser formado, o estado passou por fases bem diferentes daquelas de outros estados do Brasil. A não dependência direta do rio, mas sim da BR-364, para a sobrevivência faz de Rondônia um estado atípico na Amazônia se levada em conta a sua formação, sendo oriundo de dois outros estados (partes do Amazonas e do Mato Grosso).

Além disso, é a única unidade da federação parte de um tratado internacional, o de Petrópolis – que permitiu ao Brasil ficar com as terras do Acre em troca da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM).

Tudo isso somado ao fato de ter sido antes território federal, faz com que Rondônia seja, na realidade, um estado atípico em relação ao próprio país.

Porta de entrada da Amazônia brasileira pela BR-364, a formação do povo rondoniense é outro diferencial: o estado foi sendo constituído em ciclos econômicos.

Primeiro, o da construção da EFMM, quando naturais de dezenas de países vieram trabalhar na obra e, muitos deles, ficaram por essas terras, mesmo período em que aconteceu a primeira corrida pelo “ouro negro”, a borracha. Então vieram as primeiras levas de nordestinos para os seringais.

Depois, o novo ciclo da borracha, na década de 40, quando a Amazônia abasteceu desse produto às tropas aliadas na Segunda Guerra Mundial e milhares de nordestinos, os “soldados da borracha”, foram chegando.

Em seguida, os ciclos de garimpagem de diamante, cassiterita e ouro. Para, finalmente, entre 1960 e a metade da década de 1980, ter ocorrido a maior corrida de famílias de todos estados brasileiros em busca do “Novo Eldorado”, as terras férteis de Rondônia.

Quatro estágios marcam a história da região:

  • – o da Madeira-Mamoré (1912/1972);
  • – o do Território Federal e do Guaporé (1943/1981);
  • – o da abertura da BR-364 (1961), no traçado da linha telegráfica implantada pelo Marechal Cândido Rondon;
  • – e o estado, criado em 22 de dezembro de 1981 pela lei complementar nº 41, assinada pelo então presidente do Brasil, João Figueiredo.

No dia 4 de janeiro é oficialmente comemorado o Dia do Estado, sua instalação em 1982, com a posse do primeiro governador, celebrado como feriado estadual. Porém, o início do atual estado remonta à visita que o então presidente Getúlio Vargas fez a Porto Velho em outubro de 1940.

Breve memorial dos governadores de Rondônia

No início de janeiro de 1984, foi nomeada pelo presidente João Figueiredo a paraibana de Campina Grande (1948) Janilene Vasconcelos de Melo como substituta do governador, a pedido de Jorge Teixeira, em virtude de licença de saúde. Tornou-se então a primeira mulher a governar um estado em todo o país,e exerceu o cargo até 15 de fevereiro do mesmo ano. Advogada, administradora e contadora, ela é servidora do Tribunal de Contas do estado. Janilene reside em Porto Velho até os dias de hoje.

O professor paulista e deputado estadual ngelo Angelim (1935) foi o último governador indicado ao estado (nomeado pelo então presidente José Sarney). Ele governou no período de 1985 a 1987 e reside atualmente na cidade de Vilhena.

O primeiro governador eleito diretamente foi Jerônimo Garcia de Santana, conhecido politicamente como o “Homem da Bengala”. Bacharel em Direito, nasceu na cidade de Jataí, no estado de Goiás, em 1934. Foi deputado federal, prefeito de Porto Velho eleito em 1985 e governador, com mandato de 1987 a 1991. Atualmente, reside em Brasília.

Osvaldo Piana Filho é o único governador rondoniense, tendo nascido em Porto Velho em 1949. Médico, foi deputado estadual onde presidiu a Assembleia Legislativa e governou o estado entre os anos de 1991 e 1994. Atualmente, reside no estado do Rio de Janeiro.

Waldir Raupp de Matos, senador reeleito (2010), nasceu na cidade de São João do Sul, em Santa Catarina, em 1955. Foi vereador na cidade de Cacoal, prefeito da cidade de Rolim de Moura e governador do estado entre 1995 e 1998.

José de Abreu Bianco nasceu na cidade de Apucarana, estado do Paraná, em 1944. Advogado, foi deputado estadual, prefeito da cidade de Ji-Paraná, senador e governador entre 1999 e 2002. Bianco, atualmente, é prefeito da cidade de Ji-Paraná.

O empresário Ivo Narciso Cassol foi o primeiro governador reeleito e comandou o estado entre 2003 a 2010. Nasceu na cidade de Concórdia, em Santa Catarina, em 1959. O seu reduto político é a cidade de Rolim de Moura, onde foi prefeito. Cassol foi eleito senador em 2010.

O cerealista João Aparecido Cahulla nasceu na cidade de Astorga, no Paraná, em 1954. Foi secretário de administração e chefe de gabinete da prefeitura de Rolim de Moura. Com a eleição de Ivo Cassol ao governo do estado, assumiu a Casa Civil. em 2006. Depois de escolhas frustradas, Cahulla foi convidado para ser vice-governador de Cassol, assumindo o governo com a renúncia de Cassol em 31 de março de 2010.

O médico Confúcio Aires Moura nasceu em 1948 na cidade de Dianópolis, hoje estado do Tocantins. Confúcio foi militar, policial militar em Goiânia, formado em medicina pela Universidade Federal de Goiás, na turma de 1975. Também professor, foi deputado federal eleito para três mandatos, de 1995 a 2004, quando renunciou para assumir a prefeitura de Ariquemes. Em 31 de outubro de 2010, foi eleito governador do estado.

Atualmente, o estado de Rondônia é governado pelo coronel Marcos Rocha, com mandato vigente até 2022.

Resumidamente…

Rondônia é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na região norte e tem como limites os estados de Mato Grosso, a leste, Amazonas, ao norte, Acre, a oeste, e a República da Bolívia, a oeste e sul.

O estado possui 52 municípios e ocupa uma área de 237 590,547 km², equivalente ao território da Romênia, e quase cinco vezes maior que a Croácia. A capital e município mais populoso é Porto Velho, banhada pelo rio Madeira. Além desta, há outras cidades importantes, como Ariquemes, Cacoal, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Rolim de Moura e Vilhena.

O relevo é suavemente ondulado; 94% do território encontra-se entre as altitudes de 100 e 600 metros. Madeira, Ji-paraná, Guaporé e Mamoré são os rios principais. O clima é equatorial e a economia é baseada na pecuária e na agricultura (café, cacau, arroz, mandioca, milho) e no extrativismo da madeira, de minérios e da borracha.

É o único estado brasileiro cujo nome homenageia uma figura histórica nacional. No caso, o Marechal Cândido Rondon (1865-1958), que desbravou o norte do país em meados dos anos 1900, inclusive a região que hoje leva seu nome.

É o terceiro estado mais populoso da região norte, com 1 815 278 habitantes, segundo estimativa do IBGE para 2021, sendo superado apenas pelo Pará e Amazonas.

Quatro de seus municípios possuem população acima de 100 mil habitantes, sendo Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena.

A população rondoniense é uma das mais diversificadas do Brasil, composta de migrantes oriundos de todas as regiões do país, dentre os quais destacam-se os paranaenses, paulistas, mineiros e gaúchos, que fixaram-se na capital, preservando-se ainda os fortes traços amazônicos da população nativa nas cidades banhadas por grandes rios, sobretudo em Porto Velho e Guajará-Mirim, as duas cidades mais antigas do estado.

O estado é o terceiro mais rico da região norte, responsável por 11% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. É um estado jovem (criado em 1981), possuindo o quinto melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região norte, o terceiro maior PIB per capita, a segunda maior taxa de alfabetização e a terceira menor taxa de analfabetismo entre todos os estados das regiões norte e nordeste do país, além da segunda maior teledensidade do Brasil.

Entre 2002 e 2014, o estado apresentou 85,2% de crescimento acumulado do PIB, sendo o 5º estado brasileiro que mais cresceu no período. Rondônia possui ainda a menor incidência de pobreza e a maior proporção de veículos por habitante entre todos os estados das regiões norte e nordeste e também a 2ª melhor distribuição de renda, o 4º menor índice de desemprego e o melhor índice de transparência de todo o Brasil.

Por Redação / Diário da Amazônia

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_img


Veja outras notícias aqui ▼