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Três Caixas d’Água passam por processo de escoramento em Porto Velho

Três Caixas d’Água passam por processo de escoramento em Porto Velho – Foto: Divulgação/Prefeitura

O trabalho de escoramento de uma das Três Caixas d´Água em Porto Velho (RO) foi iniciado em agosto. De acordo com a Prefeitura de Porto Velho, após o escoramento da estrutura o patrimônio cultural do município passará por restauração.

Ainda de acordo com a gestão municipal, o processo de escoramento é feito com recursos próprios no valor de R$ 180 mil. O responsável pela fiscalização da obra é engenheiro civil da Semusb (Secretaria Municipal de Saneamento e Serviços Básicos), Lucas Bezerra da Silva. Segundo o engenheiro, o escoramento dos pilares de sustentação ocorre devido à perda de seção motivada por corrosão.

Tanto os pilares quanto a base de sustentação foram danificados pela ação do tempo e de vândalos. Em 1º de dezembro de 2017, o engenheiro civil Adel Rayol, contratado pela prefeitura da capital, emitiu um laudo de vistoria sobre as condições estruturais das Três Caixas d’Água.

Além disso, o laudo apontou que a base dos pilares apresenta corrosão causada por urina, fogo, acúmulo de água ou ainda a combinação dos fatores. E que a edificação necessita de celeridade de reforço estrutural para preservar o patrimônio e garantir a segurança das pessoas.

Restauração da estrutura

Praça das Três Caixas D’água. (Foto: Divulgação/Leandro Morais)

Ainda de acordo com o engenheiro, a restauração completa da estrutura deverá ser feita após um estudo sobre o material utilizado para substituição da peça.

Além disso, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) também exige que a análise de ensaio metalográfico seja apresentada e a restauração seja realizada.

As Três Caixas d’Água – Três Marias – são estruturas tombadas como patrimônio cultural do município. A primeira caixa d’Água foi construída em 1910 e as outras duas em 1912 com material de origem norte-americana.

Inquérito Civil Público

As torres das Três Caixas d’Água estão há mais de quatro anos sem reparos ou escoramento e correm risco de desabar. O MPE (Ministério Público Estadual de Rondônia) instaurou um Inquérito Civil Público para apurar possíveis negligências na manutenção da estrutura.

Diário da Amazônia teve acesso a um Inquérito Civil Público instaurado em março de 2013 pelo Ministério Público. A princípio, o MP estava apurando a ausência de iluminação pública da praça das Três Marias. Conforme as investigações foram avançando, o MP começou a receber, e inserir no inquérito, denúncias sobre as condições das torres.

Em seguida, em dezembro de 2017 ocorreu a primeira vistoria solicitada pelo MP à prefeitura de Porto Velho. Ao longo dos anos, diversas vistorias foram feitas. Por vezes os laudos solicitavam com urgência o escoramento da estrutura.

Problemas na estrutura:

Ilustração indicando os principais pontos e partes danificadas na estrutura

Caixa D’Água 01

A estrutura apresenta ausência de pintura protetiva nas bases nos quatro pilares de sustentação;
Corrosão em parafuso de fixação em uma das bases.

Caixa D’Água 02

Ausência de pintura protetiva nas bases nos quatro pilares de sustentação;
Deterioração na chapa que liga um dos pilares com o tirante;
Corrosão na parte interna da base de sustentação;
Corrosão em um dos parafusos de fixação da base;
Deterioração em duas chapas que fazem a ligação do pilar com o tirante (serve para estabilizar os pilares de sustentação).

Caixa D’Água 03

Conforme as vistorias a Caixa D’Água 3 é a mais danificada. Pois apresenta corrosão na base de três dos quatro pilares;
Parafusos, porca e bases de fixação corroídos;
Deterioração na chapa que faz ligação com os tirantes, comprometendo a estabilização da estrutura.

Ainda de acordo com o laudo de dezembro de 2017, a torre da Caixa D’Água 3 precisa passar por reparos imediatos, principalmente nos pilares 1 e 4.

Em 25 de setembro de 2018 – a prefeitura fez outra vistoria na estrutura das três Caixas D’Água. E mais uma vez a Defesa Civil disse não ter equipamento ou material para mensurar a resistência da estrutura metálica.

Por Fabiano do CarmoDIÁRIO DA AMAZÔNIA


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