Os cantos e danças possuem diferentes significado, conforme explica o cacique Celso Suruí
Indígenas da etnia Paiter-Suruí, do estado de Rondônia, mantêm vivas as memórias culturais por meio de práticas como dança, música, pintura, cerimônias e rituais. Na Terra Indígena Sete de Setembro, no município de Cacoal (RO), 37 famílias vivem na Aldeia Lapetanha e buscam promover o fortalecimento da cultura local, a qual, segundo os anciãos, deve sempre ser exaltada a cada nova jornada que se inicia na comunidade.
Os cantos e danças possuem diferentes significado, conforme explica o cacique Celso Suruí. “Os rituais atendem a cada um dos momentos que estamos vivendo. Temos músicas, por exemplo, de recepção, de namoro, de guerra, de desafios. Fazemos a nossa dança cultural em prol da coletividade. Naquele momento, a gente se insere espiritualmente no nosso mundo, ouvindo a nossa língua. É gratificante e um momento de aprendizagem para todos nós”, afirma o cacique.
Ao som da língua nativa Tupy Mondé, o grupo entrelaça os braços e apresenta uma dança de recepção, que significa o início de uma aliança entre os indígenas e os amigos que visitam a aldeia. “Manter a nossa cultura ativa, na presença dos anciãos, traz equilíbrio para toda a comunidade. A nova geração está acompanhando as mudanças do mundo, a tecnologia avança muito rápido e nós indígenas estamos inseridos nessa realidade, mas sem perder nossa tradição e crenças”, pontua o Celso Suruí.
O uso de adereços e pinturas corporais também é mantido pelos Paiter-Suruí. “O uso dos adereços demonstra a nossa identidade e as características da nossa etnia. Quando queremos apresentar nossa história para alguém, sentimos confiança em fazer isso somente após passar pelo processo de pintura”, explica Celso Suruí, atual presidente da Cooperativa Indígena Garah Itxa, que na língua nativa Tupy Mondé, significa “Juntos com a Floresta”.