Mulheres que usam esses produtos mais de quatro vezes ao ano têm o dobro de probabilidade de desenvolver a doença, principalmente no endométrio
Hábito comum entre as brasileiras, o alisamento químico de cabelo aumenta o risco de câncer de útero, segundo um estudo publicado na revista americana Journal of the National Cancer Institute. Segundo o artigo, mulheres que usam esses produtos mais de quatro vezes ao ano têm o dobro de probabilidade de desenvolver a doença, principalmente no endométrio.
“Estimamos que 1,64% das mulheres que nunca usaram um produto para alisar o cabelo terão desenvolvido câncer de útero aos 70 anos. Mas, para as usuárias frequentes, esse risco aumenta para 4,05%”, estimou, em um comunicado, Alexandra White, principal autora do estudo e epidemiologista dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. “A duplicação dessa taxa é preocupante”, acrescentou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o câncer de útero é o quarto tipo mais frequente em mulheres em geral. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2020/2022, 16.590 novos casos serão detectados — 15,43 ocorrências em cada 100 mil. Isso coloca a doença em terceiro lugar nos tumores oncológicos mais incidentes no país. O prognóstico costuma ser bom quando a detecção é precoce, mas o tratamento geralmente envolve a remoção do útero, o que impossibilitaria a gravidez.