Rádio
Rádio Rondônia

Banner


Rádio
Rádio Rondônia

Banner

Biomas brasileiros devastados equivalem ao território de quatro estados

Levantamento do IBGE, divulgado ontem, mostra que em 20 anos o tamanho das regiões nativas que desapareceram no país é similar à soma das áreas de São Paulo, Sergipe, Rio de Janeiro e Paraná

João Gabriel Freitas*
Rafaela Gonçalves
(crédito: Reprodução/Internet)

O avanço da fronteira agrícola, somado ao desmatamento dos biomas, fez com que o Brasil perdesse aproximadamente 513 mil km² de áreas nativas nas últimas duas décadas — o equivalente a 6% do território do país ou à soma dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Sergipe. Os dados são da pesquisa Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante todo o período de monitoramento, a área agrícola cresceu 50,1%, cerca de 229,9 mil km². Já a atividade de pastagem com manejo subiu 27,9% no período. “A pesquisa mostra uma tendência de expansão de áreas agrícolas sobre vegetações campestres e pastagem com manejo, além de um crescimento da pastagem com manejo sobre as vegetações florestais”, explicou a gerente da pesquisa, Ivone Lopes Batista.

As mudanças ocorreram, sobretudo, nas bordas da Amazônia, e no trecho que engloba o Oeste Paulista e o leste do Mato Grosso do Sul e de Goiás. “Essas conversões são desiguais no território. Em algumas regiões, avançam bastante e, em outras, são contidas por áreas especiais, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas”, salientou a pesquisadora.

Em relação à Amazônia, a área desmatada da floresta em apenas setembro foi a maior desde o início da série histórica em 2016, com o recorde de 1.455km², de acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento divulgado ontem mostra, também, que de 1º de janeiro a 30 de setembro foram registrados alertas de desmatamento para 8.590km². Isso representa uma devastação 23% acima do verificado no mesmo período no passado, 7.006km², e mais que o dobro do registrado em 2018 (4.081km²).

“Geralmente a floresta é derrubada, é implantado o pasto com manejo e, depois que o pasto com manejo está mais estabilizado, vem a agricultura. Porque é um custo muito alto derrubar a floresta e colocar imediatamente a agricultura”, explicou Fernando Dias, gerente do Monitoramento e de Pesquisa da Terra do IBGE.

“Nesses 20 anos, foi possível observar isso: essa dinâmica de conversão da vegetação nativa em pastagem, e da pastagem para a agricultura”, complementou Ivone.

desmatamento
desmatamento(foto: pacifico)

Ritmo exponencial

Para Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil, a destruição na Amazônia está crescendo em ritmo exponencial, com “graves consequências” para o país. Ela salienta que a devastação ambiental impacta em aspectos como o regime de chuvas e produção de alimentos. “A taxa de desmatamento nos primeiros nove meses de 2022 dobrou entre 2018 e 2020, passando de 4 mil km² para mais de 8 mil km². É um crescimento sem precedentes”, afirmou Mariana.

Cristiane Mazzetti, porta-voz para a Amazônia do Greenpeace Brasil, defende melhores propostas para a pauta ambiental, uma vez que, segundo ela, o governo tem atuado de forma indevida na proteção da região. “Isso resultou num aumento das emissões de CO² e muitas perdas para o nosso país: em três anos, uma área equivalente a uma vez e meia o estado de Sergipe foi desmatada na Amazônia. Além disso, muitas vidas de indígenas foram perdidas em decorrência do aumento de invasões das terras. Esse projeto de destruição não pode continuar. Se continuar assim, a Amazônia não tem chances”, criticou Cristiane.

Nos últimos anos, tem crescido o esforço de implementar soluções sustentáveis para o agronegócio, a exemplo das fazendas que usam a chamada Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), técnica desenvolvida pela Embrapa, como alternativa para minimizar impactos ambientais do agronegócio, um dos principais eixos da economia nacional. A estratégia permite a convivência de diferentes atividades econômicas (como grãos e gado) e áreas preservadas na mesma propriedade, de forma a não esgotar o solo ou a disponibilidade hídrica. A adoção do método, porém, ainda é tímida frente ao tamanho da área plantada brasileira. (Com Agência Estado)

*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi

Destaques desta semana

NOTA DE PESAR

A Prefeitura de Cacoal, através do prefeito Adailton Furia...

POLÊMICA NA VILLA!

A polêmica começou após um compartilhamento de uma matéria...

O AMOR ACABOU?

Mesmo com 80% de aprovação dos atletas de Cacoal ...

Sorteio da Libertadores 2023: onde assistir ao vivo e horário

O sorteio da fase de grupos da Libertadores 2023 será realizado...

Foragido da justiça fica nervoso em abordagem, tenta se passar por criança de 10 anos e acaba preso

Um jovem, de 22 anos, ficou nervoso durante uma...
spot_img

Notícias relacionadas