A cidade de Porto Velho amanheceu sem transporte coletivo na manhã desta terça-feira (14), após uma série de ataques que começou na segunda-feira (13). Três ônibus de transporte coletivo foram incendiados na capital e um em Candeias do Jamari (RO), cidade vizinha. As ações fazem parte de uma “guerra” formada entre a Polícia Militar e o Comando Vermelho.
De acordo com a última decisão da Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran) e a Companhia de Ônibus Municipal (COM) tomada na manhã desta terça-feira (14), 100% da frota de ônibus está paralisada. Os veículos chegaram a rodar por algumas horas, mas os motoristas ficaram com medo e começaram a recolher os veículos para a garagem.
A empresa responsável pelo transporte coletivo entre Candeias do Jamari (RO) e Porto Velho também anunciou a suspensão total dos serviços.
Segundo a PM, os ataques são retaliações às operações contra crimes no residencial Orgulho do Madeira, área dominada pela facção localizada na zona Leste da capital de Rondônia. No local, vivem cerca de 15 mil pessoas em apartamentos entregues pelo governo.
Em uma das ações realizadas nos últimos meses contra o Comanda Vermelho, um dos chefes do grupo foi morto pela polícia.
No domingo (12), o cabo da Polícia Militar, Fábio Martins, morreu com seis tiros na cabeça dentro do residencial Orgulho do Madeira, onde morava. A PM afirma que o assassinato foi uma retaliação às ações policiais. Os integrantes da facção também tentaram explodir um totem de segurança instalado no residencial.
A morte do agente desencadeou outra megaoperação no Orgulho do Madeira, iniciada na segunda-feira (13). Houve prisões e uma pessoa foi morta em confronto. A polícia não revelou a identidade da pessoa que faleceu.
Logo depois que a polícia entrou no residencial, começaram os ataques contra os ônibus. O primeiro caso aconteceu durante a tarde, na linha que atende o Orgulho do Madeira. À noite, mais veículos foram incendiados na capital e em Candeias do Jamari.