Na visita guiada aos atrativos das vitrines tecnológicas da 11ª Rondônia Rural Show Internacional, o governo de Rondônia mostra ao público que o agronegócio sustentável mata a fome, sustenta e gera empregos. Contribui para um clima equilibrado e um meio ambiente protegido, com casos de sucesso na agricultura da Amazônia, desenvolvida com sustentabilidade em solo rondoniense.
A área mais verde da 11ª Rondônia Rural Show Internacional, realizada no Centro Tecnológico Vandeci Rack, em Ji-Paraná, abriga cadeias produtivas como café, cacau, piscicultura, e diversas boas práticas sustentáveis, e tem atraído produtores rurais, grupos indígenas, estudantes e a sociedade em geral interessada em descobrir como produzir mais, sem prejudicar o clima e o meio ambiente.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha ressaltou que, o estado colhe hoje resultados das políticas públicas aplicadas para fortalecer o desenvolvimento sustentável. ‘‘Rondônia destaca-se no Brasil como produtor de alimentação saudável e sustentável na Amazônia, com café e cacau premiados no Brasil, pela qualidade e sustentabilidade; e Tambaqui, espécie de peixe em abundância no estado, que é premiado internacionalmente’’.
Rondônia conquistou do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) três selos de Indicação Geográfica (IG); do café, cacau e Tambaqui, o que sinaliza que é referência nessas cadeias produtivas. Em março deste ano, o estado alcançou o 2º maior Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) da região Norte, medido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com arrecadação superior a R$ 20,5 bilhões. E ficou no 11º lugar no ranking nacional.
O presidente da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), Luciano Brandão evidenciou que, os produtores rurais do estado estão cada vez mais conscientes da importância de ter uma produção de alimentos pujante, combinada com a preservação da Amazônia. ‘‘Rondônia é extremamente vantajoso para a produção sustentável, e a Emater está cada vez mais empenhada em ajudar os produtores a aplicarem boas práticas em suas propriedades’’, afirmou.
PRODUÇÃO DE PEIXES
Um dos atrativos apresentados pelas vitrines tecnológicas é a produção de peixes. No local, a extensionista da Emater-RO, a engenheira de pesca Maria Mirtes de Lima, fala com orgulho sobre a evolução da piscicultura, e aponta que o momento é de políticas públicas refinadas, com foco em melhorar a eficiência produtiva.
Uma das boas práticas apresentadas para isso é o Programa Peixe Saudável. O governo de Rondônia possui três laboratórios móveis percorrendo todo o estado, fazendo análise de água e de peixes, divulgando boas práticas de manejo e redução de custo de produção para a agricultura familiar.
Outra atividade sustentável apresentada, combina produção de peixe com aquaponia, onde os resíduos do peixe que são poluentes não são destinados ao meio ambiente, mas servem para a produção de hortaliças. A extensionista da Emater-RO destacou ainda que, ‘‘Rondônia é o maior produtor de peixes nativos do Brasil por sete anos seguidos, em razão das diversas políticas públicas aplicadas nos últimos anos, sempre contando com a assistência técnica. Temos também os festivais de Tambaqui divulgando e promovendo o consumo desse peixe maravilhoso para outros estados e países. Isso também é política de estado e nos garante esse patamar’’.
CAFÉ
Na vitrine tecnológica do café, quem explica o quanto essa cadeia produtiva de Rondônia avança em qualidade e sustentabilidade é a extensionista Daniela Dalazen. ‘‘Os produtores, e também os consumidores que apreciam um bom cafezinho, têm a oportunidade de receber orientações sobre a qualidade da bebida de café. Apresentamos a diferença com amostras de cafés tradicionais e especiais, e as peculiaridades do café especial natural e o fermentado’’.
No local, também é apresentado o perfil da torra, com orientações de que a torra média é a mais indicada. ‘‘A torra média tem um equilíbrio de todos os atributos como doçura e acidez, proporcionando como resultado uma bebida agradável, onde o consumo pode ser feito sem necessidade de açúcar. Enquanto que, a torra escura é usada para mascarar o café de má qualidade’’, pontuou Daniela. É possível para o público sentir no paladar a diferença, com a degustação disponibilizada na vitrine.
CACAU
A produção sustentável de cacau é apresentada pelo extensionista da Emater-RO e engenheiro agrônomo, César Augusto Dutra, que destaca o quanto a produção dessa cadeia produtiva faz bem para o meio ambiente. ‘‘O cacau pode ser plantado no sistema agroflorestal, combinado com outras culturas. O plantio ajuda também na recuperação de áreas degradadas, e é aceito pelo Código Florestal para recuperação de áreas de reservas’’, esclareceu.
Na vitrine é feita a simulação de todo o ciclo da produção de cacau, desde o plantio até informações sobre a valorização da comercialização. ‘‘Rondônia está ganhando prêmios de qualidade de cacau, trazendo reconhecimento dessa cultura no estado a nível nacional, o que atrai compradores diferenciados, que trabalham com os chamados chocolates finos’’, ressaltou.
A meta é que a produção dessa planta amazônica dobre nos próximos 10 anos. ‘‘O governo está incentivando a produção e a qualidade das amêndoas com a realização do ConCacau, Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Cacau de Rondônia’’, afirmou.
CASA SUSTENTÁVEL
A casa sustentável é mais um atrativo das vitrines tecnológicas, que tem despertado a curiosidade dos visitantes da feira. Quem explica ao público como ela funciona é o extensionista da Emater-RO e engenheiro agrônomo Jurandir Mesquita. ‘‘Estamos apresentando tecnologias sociais de baixo custo, mas de excelente qualidade. Uma delas é biodigestor com aproveitamento de esterco da propriedade rural, que gera dois outros produtos, o biogás para funcionamento do fogão, e também o biofertilizante para adubação das lavouras e pastagem’’, explicou.
Outra tecnologia social da casa sustentável é o reuso da água de chuveiro e torneiras com Estação de Tratamento de Água Cinza, onde a água é filtrada com uma combinação de carvão, areia fina, areia grossa e pedras. ‘‘Essas boas práticas precisam ser replicadas’’, sinalizou Jurandir Mesquita.
REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
O Programa de Regularização Ambiental (PRA) também faz parte das vitrines tecnológicas e segundo o extensionista da Emater-RO, Aloiso Teixeira Pio, tem como meta contemplar até 2025 10 mil propriedades rurais, ou seja, tornar as propriedades rurais legalmente corretas e sustentáveis. ‘‘O governo de Rondônia está pronto para auxiliar a todos na elaboração gratuita desse projeto por meio da Emater, uma vez que se fosse pagar pelo serviço, no particular custaria de R$ 10 a R$ 15 mil’’, destacou.
A primeira etapa é de análise do CAR e depois são feitas as notificações para pontuar como tornar a propriedade ambientalmente regular. ‘‘Temos toda a estrutura para fazer o levantamento da propriedade e propor uma forma sustentável de produzir’’, afirmou.
Entre os benefícios de ter uma propriedade com regularização ambiental está a oportunidade de acesso ao crédito e aptidão para a destinação do rebanho para frigoríficos.
RECUPERAÇÃO DE NASCENTES
Um dos lugares mais interessante das vitrines tecnológicas é onde funciona o projeto Renascer das Águas, uma iniciativa para ajudar na recuperação de nascentes, que resulta de parceria do governo de Rondônia, por meio da Emater, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), com a prefeitura de Cacoal. Quem explica sobre o funcionamento do projeto ao público é o especialista em gestão ambiental da prefeitura de Cacoal, Jorge Valdemir Murer.
No local, a própria nascente recuperada que irriga os plantios das vitrines tecnológicas, é um case de sucesso a ser replicado nas propriedades rurais. ‘‘Temos transformado a realidade de muitas propriedades rurais, ao devolver os recursos hídricos na quantidade e qualidade necessárias’’, ressaltou.
Jorge Murer pontuou que, enquanto em muitas propriedades a água está ficando escassa, na nascente da Rondônia Rural Show a água se mantém fluindo. ‘‘É um projeto ecologicamente correto e economicamente viável, onde o governo de Rondônia investe com o material para intervir no projeto, como hora máquina, pedra rachão, canos e cimento, em parceria com os municípios’’, afirmou.
O projeto despertou o interesse do cacique do povo Arara, etnia indígena de Ji-Paraná, Pedro Arara. ‘‘Precisamos disso, pois nossa água todo ano seca. Antes não faltava, mas desses tempos para cá mudou muito, nossa terra não passava o que está passando hoje, e estamos atrás de mudar isso com boas práticas’’, contou. Outro interessado no projeto foi o produtor rural de Presidente Médici, Bressane Gois. ‘‘Gostei e quero fazer na minha propriedade, o meu sonho é recuperar a nascente. A água está baixando muito, nunca vi o córrego baixar tanto, então precisamos cuidar para ter sustentabilidade’’, pontuou
As vitrines estão abertas para visitação todos os dias da feira, a partir das 8h, com visitas guiadas aos atrativos ambientais com alta produtividade e qualidade.
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