Segunda-feira, 18 de novembro de 2024, às 22:47:37- Email: [email protected]



COLUNA ANTÔNIO BRITO;A GEOPOLÍTICA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A GEOPOLÍTICA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 

Para textualizar o tema vamos conhecer o termo “Geopolítica” surgiu na obra do cientista político Rudolf Kjellén, no início do século XX. Kjellén se baseou no livro “PolitischeGeographie (Geografia Política) do alemão Friedrich Ratzel. Foi principalmente durante a ascensão do fascismo europeu, que as questões territoriais ganharam uma nova abordagem para os Estados. É claro que antes disso os países já entendiam seus territórios como sua fonte básica de recursos, mas, com o nazismo, este entendimento atingiu um novo patamar. Não se tratava apenas de organizar recursos internos e conquistar terras estrangeiras.

É extraordinário destacar que nazismo cunhou a expressão “espaço vital” para se referir a territórios não pertencentes a Alemanha, mas, que seriam fundamentais para o seu desenvolvimento. Correspondia, praticamente, a todo o leste europeu, incluindo Polônia, Ucrânia e outros países que deveriam ser conquistados ou cooptados, conforme as circunstâncias. Foi justamente este movimento do pensamento político e econômico nazista que deu origem ao que chamamos geopolítica.

Agora que conhecemos o termo geopolítica, é obvio que não esgotamos o conceito, mas relacionar com o desenvolvimento sustentável daqui em diante.

Ressalvamos que nos últimos anos o conceito de desenvolvimento sustentado tem substituído na literatura especializada os conceitos de desenvolvimento alternativo e eco desenvolvimento. Porém, esses conceitos são originados da Conferência de Estocolmo de 1972, sendo que o de desenvolvimento alternativo lhe é anterior. A partir dessa Conferência, o eco desenvolvimento foi o conceito mais fundido na literatura especializada, até, principalmente, a publicação do Report Brundtland em 1987.

A publicação do extenso Relatório Brundtland, que adquiriu o alusivo título de “Nosso Futuro Comum” (Our Common Future), na década de 1980, foi o consectáriodo processo de alinhamento dos interesses econômicos com a questão ambiental. Tal documento é a adequação entre economia e ecologia, de um ponto de vista conservador, através da combinação entre a ideia do desenvolvimento sustentável e o neoliberalismo econômico enquanto proposta hegemônica na nova ordem.

As recentes mudanças no cenário político internacional têm mostrado que tanto sob o capitalismo como sob o socialismo a questão ambiental tem um peso político muito grande que interessa tanto a uns quanto a outros. Motivo pelo qual a ideia de desenvolvimento sustentado tem estado presente nos debates e acordos internacionais.

 

Nas sociedades capitalistas periféricas, a ideia de desenvolvimento sustentado não pode se restringir à preservação de recursos naturais, visando o abastecimento de matérias primas às gerações futuras, como tem sido enfatizado nos países de capitalismo avançado. Elementos básicos das necessidades humanas e intimamente dependentes da problemática ambiental, como transportes, saúde, moradia, alimentação e educação, estão longe deterem sido resolvidos.

 

Nos pontos comuns e divergentes entre sociedades capitalistas desenvolvidas e periféricas, podemos considerar que, para a realização do desenvolvimento sustentado em nível global, é de fundamental importância o estabelecimento de uma nova ordem econômica e ecológica, onde países dos hemisférios norte e sul possam conversar em igualdade de condições. Porém, esse diálogo, se ocorrer, não será sem dificuldades, pois a falta de homogeneidade dos países do Terceiro Mundo e a passividade frente ao poderio
econômico e militar dos países do norte são duas dificuldades evidentes. Em face disso, qualquer que seja o conceito de desenvolvimento, dificilmente podemos garantir, pacificamente, às gerações futuras de qualquer parte do globo, o patrimônio natural e cultural comum da humanidade.

 

Por fim, o Relatório Brundtland afirma ser prioridade global a satisfação desnecessidades dos pobres do mundo. Mas seria essa prioridade possível no sistema capitalista, ou seja, eleger como preocupação maior a satisfação de interessesgerais? Em defesa do desenvolvimento sustentável, lemos, no Relatório Brundtland (1988, 47), que satisfação das necessidades essenciais depende em parte que se consiga o crescimento potencial pleno, e o desenvolvimento sustentável exige claramente que haja crescimento econômico em regiões onde tais necessidades não estão sendo atendidas. Onde já são atendidas, ele é compatível com o crescimento econômico, desde que esse crescimento reflita os princípios amplos da sustentabilidade e da não exploração dos outros.

 

A Geopolítica do Desenvolvimento Sustentável é acima de tudo o projeto político de dominação territorial, com base no controle das riquezas naturais, articulado estrategicamente de forma diplomático protocolar, destacadamente por meio das grandes conferencias ambientais.

 

É servidor público da área Segurança Pública, Contador, Pós-graduado com Especialização em Contabilidade Governamental, MBA em Gestão de Projetos, MBA em Gestão de Instituições Públicas e Mestre em Ciências Ambientais.

Antônio Brito


spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_img


Veja outras notícias aqui ▼