Segunda-feira, 25 de novembro de 2024, às 02:22:31- Email: [email protected]



LEIA ENTREVISTA: Glaucione vê transformação de Cacoal em seu mandato, responde prefeito, comenta prisão e futuro político

A ex-prefeita de Cacoal, Glaucione Rodrigues Neri, concedeu nessa quinta-feira, 14, ao Extra de Rondônia, a primeira entrevista a um site de notícias após o episódio que terminou com prisão e a tirou das eleições municipais de 2020.

Glaucione faz um breve relato de suas ações à frente do Executivo Municipal cacoalense e comenta a prisão sob acusação de corrupção que a tirou das eleições municipais de 2020.

Para ela, “foi uma verdadeira arapuca para me tirar da política. Não só do empresário, mas acredito ter uma vertente política e venho sempre falando isso. Fui extremamente injustiçada com toda essa situação”.

A ex-prefeita também rebate declarações, faz uma análise dos quase quatro meses de mandato do prefeito Adailton Fúria (PSD), comenta o polêmico caso das casas populares, analisa seu futuro político e fala do seu relacionamento com o deputado Cironé Deiró após a polemica de sua nomeação na Assembleia Legislativa de Rondônia.

E alerta: “há um grupo político neste estado que mata a mãe por causa do poder”.

 

>>> LEIA, ABAIXO, A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

EXTRA DE RONDÔNIA:  Como a senhora avalia o início de gestão do novo prefeito de Cacoal e qual a sua expectativa com relação a este mandato?

GLAUCIONE RODRIGUES: Primeiro que eu sou bem respeitosa. Acho que uma questão de ética não entrar muito na forma do prefeito administrar, porque cada um tem a sua forma. Eu administrei da minha forma, ele terá a forma dele, eu o respeito. Eu não entro nesse aspecto. Eu deixo a população avaliar e tanto é que, quando assumi a Prefeitura com inúmeras situações complicadas da gestão anterior, eu não ficava me referindo sempre à gestão anterior. Tem um ditado que diz: “quem casa com a viúva, tem que criar os filhos”. Então, sempre respeitei bastante o ex-prefeito, assim como respeito ao atual prefeito e agora, com certeza, eu deixei uma Prefeitura bem organizada, tudo caminhando e trabalhei muito para que isso acontecesse. Inclusive, numa das últimas falas aí do prefeito, ele disse que a administração passada está atrapalhando os trabalhos da administração atual. Eu não sei se ele se refere a mim, mas, se for a mim, tem que ser claro, mais incisivo o que e onde estou atrapalhando, até porque eu não tenho o perfil de oposição. Eu não faço oposição a ninguém. Eu sou uma moradora de Cacoal, apaixonada por Cacoal e procurei fazer o melhor enquanto estive nos meus mandatos de vereadora, deputada estadual duas vezes e agora prefeita que encerrou o mandato ano passado. Desejo muito sucesso até porque eu quero o bem da minha cidade, então eu preciso que ele vá bem para que a nossa cidade não caia em um retrocesso.

 

EXTRA: Em que condições o atual prefeito recebeu o Município de Cacoal após sua administração?

GLAUCIONE: Nós trabalhamos em várias áreas, obras, educação, saúde, reforma de escolas, melhorias na saúde, moradia, macrodrenagem, asfalto, iluminação, enfim, são obras grandes que perfaz quase 100 milhões em obras que nós fizemos um encaminhamento durante o mandato. Mas nós deixamos também em média de 30 milhões de obras pequenas e que estão em fase de aquisição de algum equipamento por meio de emendas de deputado estadual, deputado federal, senador, Governo do Estado, recursos do Governo Federal enfim, cada um com a sua origem. Mas nós deixamos para Cacoal um kit de máquinas para execução de asfalto, que é a própria usina de asfalto, o caminhão espargidor, rolo compactador, vibroacabadora, rolo liso, rolo pé de carneiro, caminhões caçambas. Eu nem cheguei a trabalhar com todo o maquinário zero. Chegaram no final do ano de 2020, no início de 2021 e ainda tem equipamento para chegar que é o caso do guindaste que é um caminhão que vai atender não só a parte de iluminação, como a poda de árvores. Nada disso a gente tinha. Aliás, nós não tínhamos nenhum facão, uma motosserra, para podas de árvores, nada. Então, hoje é assim: a Prefeitura de Cacoal é uma outra Prefeitura e desses 30 milhões em média que nós deixamos de aquisição de equipamentos ou obras de valores menores, estão dentre eles a quadra do Limoeiro, Galeria do Anel Viário, a construção do CRAS, a construção do CER e reforma do antigo prédio da Semast, resgate das creches do Green Ville e do São Marcos, que foi uma polêmica muito grande. A conclusão da creche do bairro Alfa Park que está concluindo, a reforma do Hospital Materno Infantil e do ambulatório também do Materno Infantil, a aquisição do caminhão guindaste que vai ser de grande importância para o nosso município. O caminhão de hidrojateamento para o SAAE que chegou recentemente, um cavalo mecânico por meio da SUDAM, as 300 casas populares de grande importância para o nosso município e quem conseguiu fui eu no meu mandato. Asfalto e galeria da Rides Scharff, asfalto da Linha São Miguel Arcanjo, asfalto e drenagem da Rua Uirapuru, reforma da Rodoviária, reforma da Farmácia Central, continuidade que eu regatei o recurso do Hospital Municipal de R$ 20 milhões. Retroescavadeira do Mauro Nazif, recurso da Ponte da Avenida Afonso Pena, R$ 490 mil do Senador Marcos Rogério mais R$ 171 mil de contrapartida. Recursos para a obra no Riozinho, uma grandiosa obra de R$ 4,5 milhões do Nilton Capixaba. Deixei pronto, licitado e com recurso na conta para executar a iluminação da rua Prata no Paineiras, projeto de melhoria da água já com recursos garantidos de R$ 7 milhões e R$ 421 mil do Governo Federal. Construção de arquibancada de R$ 521 mil, asfalto no bairro Vista Alegre, Bela Vista e Habitar Brasil que é do Convênio 030, recurso do DER, asfalto do Vitória R$ 768 mil, enfim, são várias obras e aquisições que deixa a condição do prefeito trabalhar com tranquilidade. Uma coisa que eu não recebi no início do meu mandato, nós construímos isso no decorrer dos quatro anos porque realmente é bem difícil ter tudo isso aí. Cacoal nunca teve a quantidade de equipamentos que está tendo agora.

 

EXTRA: Quais dos projetos que foram instituídos em seu governo a senhora gostaria que o atual prefeito desse continuidade?

GLAUCIONE: Eu gostaria que ele concluísse todas as obras, todas que estão em andamento porque passam os gestores, mas a Prefeitura é a mesma. Então, é necessário que dê continuidade.

 

EXTRA: Como a senhora avalia a polêmica acerca do projeto das casas populares? GLAUCIONE: Bem, as casas populares foi uma batalha minha enquanto prefeita, que eu estou escutando hoje um lado e o outro. Alguns falam que está certo e outros falam que teve um erro administrativo. O que eu penso, se for apenas um erro administrativo, é necessário buscar, sanar isso aí, pra garantir essas pessoas que foram contempladas legalmente, verdadeiramente, para elas não saírem no prejuízo. Se tiver outro sorteio, elas podem perder e frustrar o sonho de 300 famílias, isso não é brincadeira. Então, é melhor que sane a pendência, e que permaneça essa distribuição das casas. Eu tenho certeza que foi feito dentro da legalidade. Um erro administrativo, uma falha técnica, se for sanável, será muito bom resolver.

 

EXTRA: Quais foram as lições que a senhora tirou de sua experiência como Chefe do Executivo de Cacoal?

GLAUCIONE: Trabalhei uma média de 12 a 14 horas por dia, provei que tem como fazer, mudamos o destino de Cacoal, cuidei de todo o trabalho e, cegamente, cuidando do trabalho, não cuidei da malandragem política. Tive um mandato difícil em todos os sentidos. Oposição pesada, orquestrada, Câmara de Vereadores bem complicada e, para finalizar, uma arapuca que realmente chegasse a me tirar da Prefeitura, porque senão iria ganhar a reeleição. Me tiraram o direito de concorrer à reeleição depois de um grande trabalho que fiz no município de Cacoal. Meu erro foi ter acreditado numa pessoa que dizia querer me ajudar no projeto político. Para mim serve de experiência, não medir às pessoas com minha própria régua, ou seja, achar que todos estão agindo de boa-fé, serviu de experiência para não confiar mais nas pessoas. Tudo o que vier daqui para frente vou questionar e ter de ficar com pé atrás, mesmo que seja uma ajuda igual foi a proposta para me ajudar. Parecia que o cara era do bem e, na verdade, era uma arapuca para que me tirar da política.

 

EXTRA: Se fosse citar um de cada, qual seria o seu melhor e pior momento do mandato?

GLAUCIONE: O melhor período da gestão foi no terceiro e quarto ano, onde nós começamos a ver as execuções dos projetos que passaram no primeiro e segundo ano pela fase de elaboração de projeto, aprovação, liberação de recursos, licitações, ou seja, aquela fase burocrática onde a população não vê absolutamente nada. Você se mata de trabalhar e o povo não está vendo o seu trabalho. A fase gostosa é a fase que tudo isso passa a ser fase de execução, todo mundo pode contemplar o resultado dos trabalhos. Isso aconteceu em 2019 e 2020, que foram os melhores momentos do mandato. E a pior situação, nós tivemos duas: uma no início de 2018, quando quebra a empresa do lixo e aí montam grupo orquestrado para me bater em 2018, foi muito pesado. E, depois, no final do mandato, onde tudo já se encaminhava essa armadilha que já citei.

 

EXTRA: Se arrepende de alguma decisão ou de ter deixado de tomar alguma iniciativa?

GLAUCIONE: Não, porque o mandato foi melhor que imaginava, foi um sucesso. Nós tivemos um mandato trabalhoso, mas muito abençoado, muitas coisas boas chegaram em Cacoal, graças a Deus.

 

EXTRA: A senhora tem projeto político para o futuro?

GLAUCIONE: Tirei estes dois anos para reorganizar minha vida. Sou servidora da prefeitura, mas pedi afastamento. É uma prerrogativa do servidor, um afastamento sem remuneração. E o futuro político, eleições nós teremos no ano que vem. Então, vamos deixar as coisas caminharem e vamos verificar o que realmente acontece em 2022 e depende do povo do Estado de Rondônia, do povo de Cacoal. Estou bem tranquila em relação a tudo isso. Muito tranquila mesmo. Estou reorganizando a minha vida nesse momento e pedindo a Deus para cuidar de mim, porque nós temos um grupo político neste Estado que mata a mãe por causa do poder. Então, eu preciso me cuidar e pedir realmente a proteção de Deus.

 

EXTRA:  O que a senhora mais deseja para o Município e a população cacoalense?

GLAUCIONE: Desejo que Cacoal continue crescendo e desenvolvendo, o que é bom para todos nós, pois tenho 46 anos que moro aqui, aliás fui criada nesta cidade. Que não tenhamos retrocesso, pois trabalhei de uma forma incansável para tirar Cacoal do quadro que se encontrava: cheia de buracos, as escolas todas precisavam de reforma, mobiliário das escolas ruins, iluminação da cidade complicada. Enfim, nós conseguimos realizar um grande esforço junto com a equipe maravilhosa de servidores, que nos ajudaram muito. Nós conseguimos engrenar Cacoal, nossa cidade hoje tem brilho, então que não tenhamos retrocesso.

 

EXTRA: Como esta seu relacionamento com o deputado estadual Cirone Deiro, após a polêmica de sua nomeação na ALE?

GLAUCIONE: Bem, eu sou uma pessoa bem tranquila, acredito nos projetos e propostas de Deus na minha vida. Se entenderam que não era para eu ficar lotada e trabalhar na Assembleia Legislativa, acredito que outras portas se abrirão. Sou trabalhadora, tenho fé e tenho certeza que vencerei porque Deus está comigo e também eu tenho essa força que irei vencer essas dificuldades. Eu estou bem tranquila em relação a tudo isso.

 

EXTRA: Sobre sua prisão, você acha que o empresário armou?

GLAUCIONE: Claro, tenho certeza que o empresário armou. Foi uma arapuca, não só do empresário, mas acredito ter uma vertente política e venho sempre falando isso. Lá na frente, o Estado de Rondônia, eu acredito que terá conhecimento do que realmente aconteceu. Muitas coisas nos bastidores ainda mais certeza que tem também uma vertente política. Muitos não acreditavam que eu daria a volta por cima em relação aos inúmeros problemas que Cacoal enfrentava. Cacoal tem uma fama da Prefeitura ser um cemitério de políticos e eu consegui dar a volta por cima com muito esforço e muito trabalho. Tiveram que armar uma outra situação para realmente me deixar fora do processo político. Enfim, a vida que segue, vamos caminhar e com certeza vou provar minha inocência perante o Estado de Rondônia, pois fui extremamente injustiçada com toda essa situação, de todo esse episódio. Eu creio que tudo virá à tona e as pessoas entenderão o que realmente aconteceu.

 

EXTRA: Espaço aberto para considerações finais ou abordar algum assunto que considere relevante.

GLAUCIONE: Muito bem, eu acredito que Cacoal é uma cidade próspera, tenho certeza disso. Deixamos Cacoal totalmente engrenado em todas as áreas: iluminação pública, macrodrenagem, esgoto sanitário e trabalhamos na maioria dos bairros de Cacoal. As estradas vicinais, enfim os maquinários suficientes para trabalhar e desenvolver um belo trabalho; um kit de máquinas só para execução de asfalto, isso é muito importante para o prefeito. Ele tem condições hoje de fazer execução direta de asfalto, mesmo quando eu não tinha recebido ainda esse caminhão espargidor e essa vibroacabadora, nós já estávamos trabalhando com maquinário mais velho do DER que serviu muito para o município. Nós recuperamos todo o município de Cacoal daquele monte de buracos com equipamentos que vieram do DER. Nós tivemos uma aquisição grande de equipamentos e hoje Cacoal é um dos municípios mais fortes em máquinas. Isso graças a um trabalho que nós fizemos, graças ao apoio do deputado Nilton Capixaba que nos ajudou muito também. Hoje essa é a realidade do nosso município. Desejo sucesso ao prefeito atual e que faça o melhor porque a nossa população realmente merece o melhor. Cacoal é uma cidade linda, próspera e por isso nós precisamos que dê continuidade aos trabalhos. Deixo meu abraço a todos e lembro uma situação muito importante que estamos vivendo que é a questão da pandemia da Covid-19. Fiz diversas lives orientando a população, pedindo apoio e sempre fui muito bem acatada e recebida pelos empresários, pelo povo de Cacoal em relação a todos os meus pedidos e por isso naquele momento deu muito certo e todas as nossas estratégias de prevenção. Deixo aqui a minha fala para você: a vacina está chegando então não adianta nadar, nadar e morrer na praia. Precisamos sim continuarmos cuidando, com mascaras, álcool em gel, distanciamento, saindo mesmo só para o trabalho, sem festa, sem confraternizações, porque a vacina está chegando e é muito importante para todos nós saímos vivos desta pandemia.

Fonte; Extra de Rondônia


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