O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (5) a criação de um memorial em homenagem às vítimas da Covid-19 no Brasil. Pelo texto, o monumento será erguido na área externa do Legislativo, no espelho-d’água do Congresso Nacional. O projeto segue para promulgação.
A proposta de criação do memorial é de autoria do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e tem relatoria de Omar Aziz (PSD-AM). Ambos fazem parte da mesa-diretora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado Federal.
O projeto aprovado prevê a instalação de 27 pedras, representando a dor pela perda das vítimas em cada uma das unidades da Federação. Segundo o autor da proposta, o memorial servirá para que as vítimas da pandemia nunca sejam esquecidas. Renan, que é relator da CPI da Covid, afirma que muitas das mortes poderiam ter sido evitadas caso o poder público tivesse agido em consonância com as recomendações científicas.
Omar Aziz, presidente da CPI, diz que o memorial terá como principal função fazer um registro histórico sobre o que aconteceu no Brasil desde o início da pandemia. Em seu relatório, o senador afirmou que o Brasil tem sido “um caso mundial raro de acúmulo de erros no combate à Covid-19, desde o registro oficial do primeiro caso confirmado da doença, em 26 de fevereiro de 2020”.
“Com o caos instalado, o país passou a testemunhar todo tipo de tragédia: UTIs lotadas, falta de oxigênio e de medicamentos para intubação, pessoas morrendo em casa ou nas filas dos hospitais na espera por um leito de UTI, famílias desesperadas, pais perdendo filhos, filhos perdendo pais, irmãos, avós, famílias inteiras desaparecendo, sucumbidas pela terrível doença. Paralelamente, muitos sobreviventes, além das dores das perdas, ainda enfrentam o desemprego, a fome e a falta de perspectiva”, declarou Aziz.
No dia em que a proposta do memorial foi aprovada, o Brasil registrou 677 mortes e 20.528 novos casos diagnosticados de Covid-19, como apontam os dados enviados pelas unidades da Federação ao Ministério da Saúde e ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A média móvel de óbitos nos últimos sete dias é de 483, e a média móvel de novos casos é de 16.755.
O país contabiliza 598.829 mortes e 21.499.074 de pessoas já diagnosticadas com a doença. São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais são os estados com o maior número de óbitos, respectivamente.