O Palácio do Planalto temia pela CPI do MEC porque vai deslanchar durante um período determinante para as eleições presidenciais deste ano. O prazo mínimo é de 90 dias para que senadores investiguem as denúncias de favorecimentos de verbas para prefeitos que teriam aceitado pagar propinas aos pastores os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados de tráfico de influência, no Ministério da Educação.
O caso veio à tona depois que vazou áudio do então ministro da Educação, Milton Ribeiro, que teria afirmado que atendia apenas os prefeitos indicados pelos dois líderes religiosos. A ordem, segundo a agravação, teria partido do presidente Jair Bolsonaro.
Na tarde de sexta-feira (08), o Senado Federal chegou ao número mínimo regimental necessário para o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo de corrupção do Ministério da Educação (MEC). O último parlamentar a assinar a lista de requerimento foi o senador Veneziano Vital (MDB-PB).
A Comissão de Educação do Senado realiza audiências para apurar o beneficiamento indevido na destinação dos recursos da Educação. As evidências do crime de tráfico de influência são muitas que gerou a demanda de se abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para avançar na apuração.
Prefeitos que já se pronunciaram sobre o caso, confirmaram os pedidos de propinas, inclusive em barras de ouro, além de dinheiro vivo. Ainda, o pastor Arilton Moura,que se recusou a comparecer ao Senado na quinta-feira,terá que explicar porque visitou ao menos 90 vezes a Câmara dos Deputados entre janeiro de 2019 e março de 2022, em gabinetes de deputados do PL e do PSB, até no gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
A CPI do MEC deve revirar o baú dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), uma autarquia, vinculada ao Ministério da Educação, que possui como objetivo a execução de políticas educacionais desse ministério.