A doença deixou autoridades de saúde em alerta após diversos países notificarem casos. Brasil ainda não tem registros de adoecimento
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos contra a transmissão da varíola dos macacos.
A doença tem se espalhado pelo mundo e deixou autoridades de saúde em alerta. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), já são 131 casos identificados em 19 países. Outros 106 estão em investigação.
A Anvisa reforça a importância das medidas de proteção à saúde a serem adotadas sobretudo em aeroportos e aeronaves.
A infecção viral que é endêmica em algumas regiões da África e, até então, não costumava ser registrada em outras partes do mundo.
“Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças”, frisa a agência, em nota.
O órgão garante que está em sentinela para a identificação de possíveis casos no país. “A Anvisa mantém-se alerta e vigilante quanto ao cenário epidemiológico nacional e internacional, acompanhando os dados disponíveis e a evolução da doença, a fim de que possa ajustar as medidas sanitárias oportunamente, caso seja necessário à proteção da saúde da população”, conclui.
O Ministério da Saúde instalou, na segunda-feira (23/5), uma sala de situação para monitorar uma possível chegada da varíola dos macacos no Brasil. Até o momento, o país não identificou nenhuma infecção pela doença.
Nesta terça-feira (24/5), a chefe da OMS fez um alerta sobre a importância de tentar prevenir a transmissão. “Encorajamos todos a aumentar a vigilância da varíola de macaco para encontrar onde estão os níveis de transmissão e entender para onde está indo”, disse Sylvie durante a Assembleia Mundial da Saúde realizada pela OMS em Genebra.
A doença
A doença foi diagnosticada pela primeira vez em humanos em 1970 e, de acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente (homens gays ou bissexuais, em sua maioria), provavelmente é transmitida por meio do sexo sem proteção, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração.
Os primeiros sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão, calafrios e bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, até cair.
A varíola de macacos é transmitida, primariamente, por contato com esquilos ou macacos infectados e é mais comum em países africanos — antes do surto atual, só quatro países fora do continente já tinham identificado casos na história.
Os cientistas acreditam que a taxa de mortalidade da doença é semelhante à da primeira cepa da Covid-19, de 1 a cada 100 infectados.
Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição (que é considerada erradicada no mundo) também serve para evitar a contaminação. Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados.
Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo.