A última Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Peic/CNC), indica que 77,7% dos lares brasileiros estão endividados, considerando as dívidas a vencer em abril. Esse foi o maior nível desde o início da série histórica, em 2010. A proporção de endividados há um ano atrás era de 67,5%, ou seja, 10,2 pontos abaixo do percentual atual.
E não falta aonde sufocar com tantas portas de entradas para as dívidas, a saber: o cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, prestação de carro e de casa, empréstimo pessoal e para os mais desesperados tem as contas informais feitas em agiotas que aplicam o terror. Mesmo com as promoções para os pagamentos de dívidas, as listas de nomes sujos ainda são enormes.
Os principais fatores que contribuem para o cidadão entrar e permanecer no vermelho são: o desemprego, a diminuição da renda e o descontrole financeiro. É preciso levar em conta ainda a falta de educação financeira entre as razões para que milhares de brasileiros se tornem inadimplentes. Geralmente essas dívidas surgem de compras de bens de consumo ou até mesmo de serviços. Por mais que sejam necessários, os contraentes não estão conseguindo honrar com os seus compromissos.
O desemprego vem caindo, mas o trabalhador não encontra mais um ambiente estável. As oscilações econômicas e as novas formas de consumo vem mudança o mercado e muitas empresas passam por adaptações constantes e outros até fecham as portas. Diante desse ambiente econômico o correto é o cidadão viver com o que tem e não ousar em contrair dívidas sem saber aonde vai parar. Enquanto a economia não se apruma, muitos estão buscando as renegociações para evitar a chamada bola de neve.
diário da Amazônia
