O acidente aconteceu na quinta-feira (16/6), em Ceilândia. Desde então, a família busca por soluções em hospitais públicos e privados do Distrito Federal
Após grudar o olho e outras partes do corpo com uma cola instantânea, uma criança de 2 anos precisou de atendimento médico especializado na rede pública do Distrito Federal, e não conseguiu. O acidente aconteceu na última quinta-feira (16/6), em Ceilândia. Até agora a menina espera por uma cirurgia.
E foi dessa forma que o desespero da família começou. No mesmo dia, a criança foi levada para o Hospital de Base, mas a médica responsável pela área pediátrica disse que não poderia fazer nada para ajudar. “A médica disse para passar Coca-Cola (refrigerante) nas mãos e no rosto, e que a gente fizesse compressa com água morna”, explicou a madrinha da criança.
Mesmo inconformada com a resposta, a família voltou para casa e realizou o procedimento indicado pela profissional. Mas a situação piorou. Na sexta-feira (17/6), o rosto da criança amanheceu inchado. Os responsáveis decidiram procurar o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), porém, a tentativa foi frustrada mais uma vez.
“Por conta do feriado, só tinha um médico atendendo e ele disse que era necessário fazer cirurgia, mas que não poderia realizar o procedimento no Hran. Desta forma, ele escreveu um encaminhamento para o Hospital de Base, e nós voltamos para lá”, comentou Lia Lucena.
Sem esperança
Após diversas tentativas, a família resolveu levar a criança para um hospital particular. No atendimento, o profissional de saúde que examinou a criança constatou que ela poderia estar com infecção no olho direito, que estava inchado e vermelho, e, por isso, receitou um antibiótico.
Mesmo com o uso do medicamento, os olhos da criança continuam grudados. A família não sabe mais o que fazer. Lia Lucena falou ao Correio que nesta segunda-feira (20/6) ela retornou com a afilhada ao Hran e ao Hospital de Base, mas nada aconteceu.
“Fomos em dois hospitais hoje e retornamos para casa mais uma vez sem solução. Desde quinta-feira estamos nos deslocando de Ceilândia até o Plano Piloto e ninguém nos ajuda. Procurei a mídia porque não sei mais o que fazer, e minha afilhada está sentindo dor. A cola da pele saiu e das mãos também, com removedor, mas como vamos fazer com os olhos?”, indaga a moça.
O Correio procurou o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) para entender qual o posicionamento do órgão em relação ao atendimento do Hospital de Base. Por meio de nota, o Iges garantiu que prestou o serviço adequado. Leia na íntegra:
“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF) informa que a criança já foi avaliada pela equipe de oftalmologia do Hospital de Base do DF (HBDF) nos dias 16 e 17 de junho, porém, não orientou a realização de cirurgia, e sim compressas mornas e aplicação de pomada local. Nesta segunda-feira, 20 de maio, a criança já está sendo atendida novamente e uma nova avaliação já está sendo feita pela equipe de oftalmologia de plantão, que prestará todos os cuidados necessários”.
Além disso, a reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) questionando o número de médicos atuantes no Hran, mas, até o momento, não houve retorno. O espaço permanece aberto.