Sábado, 16 de novembro de 2024, às 03:37:06- Email: [email protected]



Variação nos preços de produtos para a Páscoa ultrapassa 300%

Mais do que nunca, o consumidor precisa pesquisar preços antes de fazer suas compras, principalmente dos produtos típicos da Páscoa, como os peixes, tradicionais nas refeições da Sexta-feira Santa, e os ovos de chocolate, que costumam ser dados como presente para as crianças no domingo do feriado. Pesquisas realizadas por diferentes entidades mostram que a variação de preço do bacalhau pode chegar a 332%, e a dos ovos de Páscoaa até 320%.

O Procon-SP encontrou diferenças significativas entre os preços dos chocolates, tanto ovos como tabletes e bombons. Na pesquisa realizada em sites de varejo, o órgão de defesa do consumidor verificou variação de até 320,46% nos preços dos ovos de Páscoa, de 116,31% no custo dos tabletes, e, entre os bombons, as diferenças chegaram a 65,54%.

Por isso, a recomendação é para o consumidor pesquisar preços e ficar atento a outras especificações dos produtos, especialmente daqueles voltados para crianças, que devem ter o selo do Inmetro e a indicação da faixa etária para o qual são considerados apropriados.

As maiores diferenças de preços entre os estabelecimentos foram do ovo de Páscoa Crocante da fabricante Garoto, de 215g, que custava R$ 36,90 em um local e, em outro, estava à venda por R$ 155,15, valor 320,46% maior. Do mesmo fabricante, o tablete Talento Recheado Avelã de 85g, era vendido por R$ 15,12 em um e-commerce e, em outro, por R$ 6,99, uma diferença de 116,31%.

O pacote de bombom Ouro Branco, de 1.000g, da Lacta, tinha preço de R$ 74,99 anunciado em um site, mas em outro custava R$ 45,30 (65,54% a mais).

O Procon-SP calculou o preço médio do quilo dos três tipos de produtos, tomando como base o valor médio dos itens pesquisados: o custo médio do quilo dos ovos de Páscoa que estão à venda na internet ficou em R$ 361,97; o dos bombons ficou em R$ 142,63; e a média de preços dos tabletes resultou em R$ 81,31. Segundo o órgão, essas informações facilitam a comparação e ajudam o consumidor a escolher as opções mais baratas.

Na comparação entre os produtos comuns na pesquisa deste ano e na de 2022, foram observados, em média, acréscimos de 37,77%, 14,04%, e 4,37% nos preços médios dos ovos de Páscoa, dos bombons e dos tabletes de chocolate, respectivamente. Como referência, o órgão usou o IPC-SP (Índice de Preços ao Consumidor), da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), referente ao período de março de 2022 a fevereiro de 2023, que registrou variação de 6,71%.

Cesta da Páscoa

A pesquisa sobre os produtos que compõem a cesta da Páscoa, realizada pela Apas (Associação Paulista de Supermercados) e divulgada na quarta-feira (29), concluiu que a lista com os itens está 14,8% mais cara do que a do ano passado.

Quem liderou a alta foi a cebola, com 36,2% de aumento no período. Também ficaram mais caros no acumulado entre a Páscoa do ano passado e a deste ano as cervejas, que subiram 10,9%, o refrigerante (15,7%), a batata (11,7%), o arroz (14,7%), o bombom (11,15%) e o chocolate (10,2%). O único produto da cesta que ficou mais barato nessa comparação foi a corvina, que caiu 7%.

“Cada supermercado tem uma negociação diferente com a indústria. É vital que o consumidor faça a sua lista de compras e pesquise os preços no maior número de lojas possível, aproveitando ao máximo as promoções típicas da época”, disse Carlos Correa, diretor-geral da Apas, em nota.

A Páscoa é a segunda data de maior venda para o setor supermercadista do Brasil, ficando atrás apenas do Natal. A Apas estima um crescimento de 4,5% nas vendas de Páscoa deste ano, motivado pela desaceleração nos preços dos alimentos, aliada ao aumento da renda da população.

Bacalhau e outros peixes

Um dos pratos típicos do almoço de Páscoa, o bacalhau, corre o risco de não ir para as mesas dos brasileiros neste ano. O produto, que costuma ser importado da Noruega e de outros países de clima frio, está custando ainda mais caro que nos anos anteriores, o que se deve a um conjunto de fatores.

Fábio Pizzamiglio, da Efficienza Negócios Internacionais, explica que a alta dos preços do bacalhau ocorre por conta de escassez do produto, do aumento do dólar e da desestabilização do setor de pesca, bastante afetado durante a pandemia da Covid-19.

Um levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostra que o preço do bacalhau importado subiu 86% na comparação com a época da Páscoa de 2022, o que deve diminuir as importações em 32% neste ano.

Internamente, o preço do quilo do bacalhau pode variar muito de uma região para outra, segundo indica a pesquisa realizada pelo Mercado Mineiro, de Belo Horizonte (MG). O bacalhau tipo cod, que custava R$ 152,68, teve aumento de 12,37% e já é encontrado à venda por R$ 171,57. O do tipo porto imperial passou de R$ 177,88 para R$ 196,43, uma elevação de 10,43%, e o bacalhau tipo saithe, que era vendido por R$ 78,83, não sai por menos de R$ 83,32, aumento de 5,7%.


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