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Análise: Palmeiras erra muito, leva chacoalhão e sente na pele o que precisa para não “passar vergonha”

Por Redação do ge* — Curitiba

PUBLICAÇÃO; RICARDO DUARTE

DRT:2006-RO

ARLER:1006

 

A final do Campeonato Paulista vinha sendo tratada por muitos como uma mera formalidade. Mas o Palmeiras sentiu na pele que não será assim: neste domingo, em uma tarde com exagerados erros, o atual campeão perdeu para o Água Santa por 2 a 1, sofreu o primeiro revés no ano e saiu atrás na decisão. Abel Ferreira já avisou: ou reverte no Allianz Parque ou virá uma “grande vergonha”.

Um cenário que parecia ser surpreendente levando em conta os primeiros minutos de jogo na Arena Barueri. Com Breno Lopes no lugar de Bruno Tabata, lesionado, o Verdão começou a partida bem, dominando as ações. Durante boa parte do primeiro tempo, a decisão era ataque contra defesa.

Empurrado por boas defesas do goleiro Ygor Vinhas, o Água Santa passou a encontrar espaços com o decorrer do primeiro tempo para incomodar em contragolpes.

Muitos deles, a partir de erros do próprio Palmeiras, como no fim do primeiro tempo, quando Zé Rafael tentou um drible e gerou a chance que deu escanteio para o time de Diadema (SP) abrir o placar. Na cobrança, também, a marcação em Bruno Mezenga não foi boa.

Ir ao intervalo com a desvantagem no placar era injusto pelo desempenho até então. A etapa inicial ainda foi de domínio palmeirense, apesar do 1 a 0 para o Água Santa.

Mas depois do intervalo, o roteiro mudou. O Verdão empatou logo aos sete minutos, com Endrick (primeiro gol dele no ano), e o que se esperava ser o ponto para o time de Abel Ferreira retomar o controle na verdade teve efeito contrário.

A pressa para tentar a virada desorganizou o Palmeiras, que passou a ser frequentemente incomodado. Os números mostram isto: foram 15 finalizações alviverdes contra 13 do Água Santa na Arena Barueri.

Não bastassem os espaços na marcação, o Verdão errou passes demais. Foi em uma invertida errada de Marcos Rocha (com o pé esquerdo), que o Água Santa fechou o placar em 2 a 1, já aos 47 minutos do segundo tempo.

Muitos méritos ao time de Diadema, que fez uma grande partida e mereceu o placar. Mas há um sinal de alerta ao Verdão, que se nos primeiros minutos conseguiu envolver e dominou como em seus melhores momentos de Paulista, na etapa final mostrou desorganização e concedeu chances como nos piores momentos neste início de 2023.

O discurso forte de Abel, falando em evitar uma grande vergonha, é um recado claro para mostrar mais uma vez que o título paulista não virá sem esforço, mesmo enfrentando uma equipe que nem tem calendário nacional.

Domingo que vem, no Allianz Parque, o Palmeiras precisará vencer por pelo menos dois gols de diferença para ser bicampeão (vitória pela vantagem mínima leva a decisão aos pênaltis).

O espírito terá de ser parecido com o da goleada por 4 a 0 sobre o São Paulo na decisão passada, em que teve que reverter o 3 a 1 na ida. Se não estiver pilhado, no auge técnico, esperar o resultado só pela diferença para o Água Santa pode render outra frustração – e esta com repercussão ainda pior.


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