Nesse sábado, Brasil e Argentina jogam pelo título da Copa América 2021 às 21h, no Maracanã, no Rio de Janeiro. A Seleção Brasileira quer o décimo título da competição e aposta em Neymar, enquanto os argentinos esperam encerrar o jejum sem taças, que dura 28 anos, com todas os olhos voltados para Messi.
A Seleção Brasileira se classificou como líder do grupo B, com 10 pontos. Nas quartas de final, despachou o Chile por 1 a 0. Na semifinal, repetiu o placar e bateu o Peru. O técnico Tite não poderá contar com Gabriel Jesus, punido pela Conmebol por dois jogos pela entrada dura no chileno Mena.
Do outro lado, a Argentina foi líder do grupo A, com a mesma pontuação dos brasileiros. Nas quartas de final, venceram o Equador por 3 a 0. Na fase seguinte, eliminaram a Colômbia nos pênaltis.
(Veja na galeria de fotos abaixo imagens de Brasil e Argentina)
O técnico Lionel Scaloni tem algumas dúvidas na defesa da Albiceleste. No meio-campo, Paredes disputa vaga com Guido Rodríguez, titular na semifinal.
A final colocará lado a lado duas das escolas mais vencedoras do futebol mundial. No entanto, o histórico recente do considerado superclássico mostra uma espécie de supremacia brasileira.
O mais expressivo é o jejum sem levantar uma taça. Após o título da Copa América em 1993, a Argentina entrou num marasmo onde as decepções tomaram conta de sua história. Desde então, a Albiceleste bateu na trave em sete oportunidades, em um total de 28 anos: duas vezes na Copa das Confederações (1995 e 2005), quatro vezes na Copa América (2004, 2007, 2015 e 2016) e uma vez na Copa do Mundo (2014). Brasil (três vezes), Chile (duas), Dinamarca e Alemanha foram as seleções que impediram um título argentino no período.
A abstinência ganha maiores proporções se analisarmos o contexto sul-americano nessa linha do tempo. Ademais da hegemonia brasileira nos anos 90 e na primeira parte do século XXI, com dois títulos de Copa do Mundo, cinco de Copa América e quatro de Copa das Confederações, outros rivais tiveram momentos de glórias: além do supracitado Chile, com dois títulos, a Colômbia, em 2001, e o Uruguai, em 1995 e 2011, também se sagraram campeões continentais. Os uruguaios, inclusive, ultrapassaram os hermanos como maiores vencedores de Copa América.
Outro desempenho negativo que chama a atenção é o confronto direto justamente contra o Brasil. Desde 2005, quando Riquelme se exibiu no confronto válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006 na vitória por 3 a 1 em Buenos Aires, a Argentina não sabe o que é vencer o maior rival em jogos oficiais.
Em sete partidas, foram cinco vitórias da Canarinho e dois empates. Dentro desse cenário, há reveses cruéis para o país, como a goleada impecável sofrida na decisão da Copa das Confederações de 2005 por 4 a 1 ou a queda na final da Copa América de 2007 por 3 a 0, quando a Argentina reuniu um dos elencos mais talentosos de sua história, com jogadores do calibre de Mascherano, Riquelme, Verón, Messi e Tévez, e o Brasil levou ao torneio na Venezuela um time ainda em formação, com muitos de seus craques ausentes.
O pesadelo dos hermanos atinge em especial seu maior craque. Maior esperança para devolver a Argentina ao topo do futebol sul-americano, Messi, se quiser se aproximar da conclusão da missão, terá que fazer no Maracanã o que nunca fez em cinco jogos oficiais: marcar um gol contra o Brasil. O camisa 10 já balançou as redes cinco vezes contra a Seleção Brasileira, mas todas em amistosos. Além do mais, nas quatro finais que jogou com a Albiceleste, ele passou em branco em todas.
Diante dos fatores apresentados, a final de logo mais é uma oportunidade única da Argentina despachar de uma só vez tabus que perseguem e virar em definitivo uma longeva era. Por outro lado, um novo vice-campeonato aumentará ainda mais a pressão para a competição seguinte: a Copa do Mundo de 2022, no Qatar.