Existe uma estratégia muito clara do Presidente Bolsonaro, dos Bolsominius e das pessoas que o cercam, de diminuir as forças progressistas, de dividir as forças progressistas, e parafraseando o governante Romano César que dizia: “divite et impera” dividir para conquistar ou (dividir para reinar) e, Bolsonaro tem uma estratégica para diminui as forças progressistas, dividir as forças progressistas da política brasileira para enfraquecer as forças progressistas e, essa estratégia é muito simples, mas como tudo que é simples na vida, e o simples pode ser muito poderoso, muito poderoso, essa estratégia de Bolsonaro é simples, porém, muito poderosa, mais essa estratégica se baseia em atacar completamente fora dos limites da lei, da legalidade, grupos que gozam de um preconceito, sofrem um preconceito muito grande da população brasileira, então, Bolsonaro ataca sem o menor constrangimento, por exemplo a população negra com seus discursos, mas também como ele montam sua equipe, os seus ministérios e seu grupo de poder. Bolsonaro ataca também de maneira extremamente, agressiva, odiosa e explicita a população LGBT QI a mais, sem o menor pudor, sem esconder nada, aquelas palavras de antigamente, só falavam entre quatro paredes para não pegar mal, mas Bolsonaro fala isso explicitamente, Bolsonaro fala que bandido bom é bandido morto, e faz essas operações nas comunidades que vivem numa situação de maior pobreza, as favelas por exemplo e ataca os jovens pretos colocando neles todos os rótulos de criminosos, bandidos e marginais.
Como tudo isso é feito fora da legalidade, alguém tem que se manifestar pela legalidade, como tudo isso é feito sem o mínimo de sentimento humano, sem o mínimo de compaixão, sem o mínimo de cuidado, alguém tem que manifestar um olhar compassivo, alguém tem que manifestar a necessidade de se cumprirem as leis, alguém tem que se manifestar pedindo cuidado e a direita não faz isso, mesmo aqueles da direita, que sabem que isso é fora dos limites da legalidade, resta para quem a tarefa de fazer isso? E dizer que você não pode entrar numa comunidade mesmo, mesmo, se tivesse 20 pessoas sendo investigadas por algum tipo de crime e executar essas pessoas, estamos falando de uma operação onde das 27 pessoas mortas da comunidade, três estavam sendo investigadas, o número de armas apreendidas é menor do que o número de pessoas morta. Imaginamos que você consiga aprender a arma de uma pessoa que você matou, então o número de armas mostra que algumas pessoas não tinham sequer armas, como poderiam estar no confronto?
Mas, alguém tem que partir em defesa da legalidade que deve ser cumprida numa operação como essa, a esquerda o faz, como a esquerda parte em defesa dos indivíduos que são gays, lésbicas, que são agredidas pelo governo o tempo inteiro, alguém sai em defesa e a esquerda com a ideologia de ajudar os mais fracos, sai em defesa dos quilombos, da população negra, da população indígena, que vai sendo massacrada por esse governo, e quando a esquerda faz isso, duas coisas acontecem e veja bem, a esquerda faz isso, tem que fazer por que a ideologia política da esquerda, defende que o controle feito pelo Estado, através dos seus governos, é a solução para que exista igualdade entre os cidadãos. Alguém tem que ter a coragem de fazer isso, tem muitas vezes na vida a gente tem que jogar para o lado o que é estrategicamente mais vantajoso, o que no jogo do xadrez político nos dará mais poder, o que no novo jogo das redes sociais e das novas mídias nos dará mais likes, seguidores e uma boa aceitação, às vezes a gente tem que simplesmente jogar toda essa estratégia de lado e fazer o que é certo. Resta à esquerda fazer o que é certo, e quando falamos esquerda, entenda que são políticos e pessoas que se colocam nesse campo progressista.
E aí? Ao fazer a defesa a esquerda entra na estratégia do Bolsonaro. Por que ficam rotuladas como aquelas pessoas que abraçam as pautas indenitárias, que defendem bandidos, aquela população que a sociedade brasileira aprendeu a ter raiva e nojo, sim, é tão grave quanto isso, por que a população brasileira tem preconceito de preto, tem preconceito da população gays, lésbica, tem preconceito da população que mora na favela, tem preconceito de quem é nordestino, tem preconceito do indígena, diz que ele é preguiçoso, olha só, hoje em dia usa até iPhone, bermuda, camiseta, isso não é mais índio, está gastando nosso dinheiro. E aí o que acontece? A esquerda fica com essa imagem de que é quem defende bandido, de quem quer implementar o kit gay nas escolas, que é isso que é aquilo e acaba se afastando daquilo que é o que sempre foi a base da esquerda, que são as causas sociais, que é estar próximo ao povo pobre, que é ser essa cola que une aqueles que sofrem por um sistema tão cruel e perverso como esse e, aí um louco como a Bolsonaro consegue entrar nesta pauta a qual ele não tem nem cacoete.
Como poderíamos imagina que Bolsonaro tivesse uma aceitação nesta pauta da pobreza, da miséria da população que é deixada de lado por que não tem nenhuma presença do Estado, como poderíamos imaginar que Bolsonaro com uma equipe com Paulo Guedes, Rogério Marinho, Ricardo Sales , Salim Matar e os outros que fizeram e fazem parte do seu governo são todos homens brancos ricos engravatados todos amigos dos donos das principais empresas desse país, como entrar nesta pauta da pobreza, da desigualdade, porque eles conseguiram tirar os progressistas dessa pauta, obrigando a esquerda assumir pautas que estão sendo absolutamente destruídas, destruídas pela maldade, ilegalidade e imoralidade desses que estão no poder e aí, ao se deslocarem para defender isso que precisa ser defendido inevitavelmente se afastam daquela que é a principal pauta de união que dá para os progressistas, a maior força de tomar o poder, de poder tomar o poder, é essa a estratégia do Bolsonaro. Colar as pautas identitárias na esquerda, afastar a esquerda daquela pauta que dá o poder de tomar o poder e entrar nessa pauta mesmo sem ter cacoete, nem jeito. O que tem que fazer, então? E os progressistas? Abandonar a população preta que é destruída pelas armas do Estado? Abandonar os irmãos e irmã LGBT QI a mais que são destruídos por um preconceito absolutamente inaceitável no século XXI, vinte anos depois da famosa odisseia no espaço? Abandonar os irmãos e irmãs quilombolas, os irmãos e irmãs dos povos tradicionais? Não, nós não podemos abandonar, nós não podemos abandonar quem é executado a margem da lei, nós não podemos abandonar essas pessoas, mas nós temos de nos lembrar que toda a nossa força, o nosso viço, a nossa energia vital vem do fato que nós representamos a luta contra essa desigualdade, contra a pobreza, contra o saque de dinheiro de vidas e de oportunidade feito pelo 0,1 (nenhum por cento 0,1%) mais rico dessa sociedade em detrimento de todo o resto. Que perdido, desesperado, com raiva e medo acaba caindo em armadilhas como essas e elegendo monstros como Jair Bolsonaro.
FONTE: ANTÔNIO BRITO