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Deputados fecham questão e exigem indicar o novo conselheiro do Tribunal de Contas. Por isso, rejeitaram o escolhido pelo governo

A vaga de Benedito Alves continua em aberto e a cizânia está instalada, mas ainda há gente tentando apagar o incêndio. Esperemos, pois!

Sérgio Pires

Dois dias depois do evento, para quem vive os bastidores da Assembleia Legislativa, não foi surpresa a decisão, com 21 votos contrários, à indicação de Jailson Viana de Almeida para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Há pelo menos duas semanas, havia, entre um grupo de parlamentares, clara desaprovação não só do nome de um personagem, mas, mais que tudo, indicado num momento em que, neste tema, havia e há dificuldades de diálogo entre os dois poderes. O tema chegou a ter, nestes últimos dias, conversas duras entre alguns deputados e o Executivo. Um dos parlamentares, que obviamente não quer ter seu nome divulgado, disse ao jornalista titular deste Blog, na semana passada, textualmente: “esta indicação do Governador vai sofrer uma grande derrota na Assembleia”! Ou seja, certamente tais informações do que estava sendo conversado nos bastidores do Parlamento, chegaram ao governador Marcos Rocha. Um dia antes da votação, na segunda-feira, aliados ao Executivo (que formam a maioria na Assembleia), avisaram ao Palácio Rio Madeira/CPA, que o nome de Jailson de Almeida não seria aprovado. A única surpresa palaciana, se houve, foi, certamente, não o resultado em si, mas sim a quase unanimidade. Dos 22 deputados presentes à sessão, 21 foram contrários e apenas o presidente Alex Redano, não votou, por questões regimentais, mas disse aos seus companheiros de Poder que seu voto também seria não. Ou seja, quase 40 anos depois da criação do Tribunal de Contas do Estado, pela primeira vez na história, um nome indicado pelo Palácio do Governo é rejeitado pelos parlamentares. O que se ouve nas conversas de bastidores é que não há nada contra Jailson, um técnico reconhecido e com um currículo profissional muito positivo, além de ser um ficha limpíssima, mas sim que os deputados exigem ter voz ativa na indicação do novo conselheiro do TCE-RO. É apenas luta pelo poder político, portanto.

O resumo da ópera: os deputados fecharam questão em torno da indicação do nome de quem vai substituir o agora aposentado conselheiro Benedito Alves. Uma das versões é de que, feita uma pesquisa junto do TCE, segundo uma fonte da ALE, que participou de tudo, ficou constatado que as três vagas a que o Governo tem direito já foram preenchidas. Outras três, o foram pela Assembleia, que teria, agora, direito (ela e não o Governo!) de indicar um quarto conselheiro. Uma voz da base aliada chegou a comentar, em off: “o Governador poderia ter indicado o Papa, que ele seria rejeitado!”, exagerou. O mesmo parlamentar, reforçou que não há qualquer objeção contra Jailson de Almeida. Enfim, o impasse está instalado. Até a noite da quinta-feira, o Governo rondoniense não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso. A vaga de Benedito Alves continua em aberto e a cizânia está instalada, mas ainda há gente tentando apagar o incêndio. Esperemos, pois!                                                                                                           

NA TEORIA, GOVERNO TEM MAIORIA EXPRESSIVA NA ASSEMBLEIA: 14 VOTOS A 10

No atual momento, como está a base aliada do governo Marcos Rocha na Assembleia Legislativa. Ela é composta por 14 deputados, onze dos quais concorrem à reeleição e dois que disputarão vagas para a Câmara Federal. Tentam novo mandato, pelo União Brasil, partido comandado no Estado por Rocha: Adelino Follador, Cirone Deiró, Ezequiel Neiva e Rosângela Donadon. Outro membro do UB, o deputado Lebrão, concorrerá a deputado federal. Além destes quatro, ainda estão na base governista: o presidente da ALE, Alex Redano. Também do Republicanos, que ele comanda, está Alex Silva (que não concorrerá à reeleição) e Anderson Pereira, concorrente à Câmara. Luizinho Goebel, o líder do governo, é do PSC, assim como o é Geraldo de Rondônia, ambos disputando novo mandato. Completam o quadro de parceiros do governo, os deputados Jair Montes (Avante), Jean Oliveira (MDB), Johnny Paixão (PSDB) e Marcelo Cruz (Patriotas), todos também candidatos a mais um mandato. A oposição tem dez representantes. No grupo, o PL, dirigido no Estado pelo senador Marcos Rogério, tem uma das duas maiores bancadas: Ribamar Araújo, Eyder Brasil e Jean Mendonça, que buscam outro mandato. Também com três deputados, está o Podemos, comandado por outro candidato ao Governo, o deputado Léo Moraes: Alan Queiroz, Dr. Neidson e Cássia Muleta. Chiquinho da Emater e Lazinho da Fetagro, recém saído do PT, formam a bancada do PSB. Os dois concorrem outra vez. Por fim, o ex-presidente da Assembleia, o deputado Laerte Gomes, está no PSD e apoia também Marcos Rogério para o governo. São, portanto, ao menos na teoria, 14 votos governistas e 10 oposicionistas.

A OPOSIÇÃO COMEÇA A ATACAR E GOVERNO IGNORA. A VERDADE É QUE A CAMPANHA JÁ ESTÁ NAS RUAS

A campanha já está nas ruas, é óbvio. Só não vê quem não quer. Os postulantes aos votos em outubro se dizem pré-candidatos apenas para cumprirem preceitos legais, já que as convenções só serão em julho e agosto e, apenas depois delas, a hipocrisia legal determina esta nomenclatura que não engana ninguém. Desde que grupos oposicionistas começaram a lançar seus nomes ao Governo, por exemplo, claro que o alvo de todos se tornou o dono da cadeira do Palácio Rio Madeira/CPA. Afora Léo Moraes, que já vem fazendo campanha contra o governo estadual há muito tempo, chegou a vez de Marcos Rogério e de Daniel Pereira. O senador anda atacando Rocha em entrevistas concedidas na mídia, inclusive acusando o atual Governador de estar comprando apoios, embora sem apresentar, ao menos até agora, qualquer prova concreta disso. Já Daniel Pereira, que tenta ainda se colocar como o nome que pode unir as esquerdas (ainda não conseguiu, mas está na batalha!), tem usado mais as redes sociais para criticar a administração estadual, inclusive denunciando que o Estado perdeu milhões de reais, que seriam destinados a construção de um hospital em Ariquemes. A verdade é que, ao menos por enquanto, o Palácio do Governo tem ignorado tais ações oposicionistas, não as respondendo e deixando que elas caiam no vazio. Não se sabe até quando esta tática vai dar certo, porque, a partir de agora, os ataques serão cada vez mais duros. Ou seja, a campanha está em andamento e vai aumentar cada dia mais de intensidade.

CINCO BUSCAM MAIS UM MANDATO À CÂMARA FEDERAL, MAS NOMES QUENTES QUEREM AS SUAS CADEIRAS

Dos oito componentes da bancada de Rondônia na Câmara Federal, cinco concorrem à reeleição. Duas mulheres – Mariana Carvalho e Jaqueline Cassol – disputarão o Senado. O deputado Léo Moraes já decidiu: concorre ao Governo. Os demais são Lúcio Mosquini, o líder da bancada desde o mandato passado, que vai em busca da sua terceira eleição; Expedito Netto (PSD) quer a reeleição, assim como Silvia Cristina (PL) e Mauro Nazif (PSB) e o Coronel Chrisóstomo, também do PL, lutando pelo segundo mandato. Será uma dura luta para todos, porque terão que enfrentar pesos-pesados da nossa vida pública, que vêm aí, ávidos por tomar-lhes as cadeiras. Do grupo governista, vêm aí gente com chances reais, como Fernando Máximo (Saúde), Elias Rezende (DER) e Evandro Padovani (Agricultura). Da Assembleia Legislativa, se apresentam como postulantes os deputados Lebrão e Anderson Pereira. Da nova safra de políticos, chegam Breno Mendes, que concorreu à Prefeitura e teve votação considerada muito boa na Capital e Bruno Scheid, homem do agronegócio de Ji-Paraná. Também aparecem dois outros nomes: o do ex-prefeito de Ariquemes, Thiago Flores e do seu ex-vice, Lucas Follador. Entre as mulheres, destaca-se o nome da ex-vereadora e apresentadora de TV, Cristiane Lopes, nome fortíssimo na Capital. Tem ainda Rosani Donadon, de Vilhena e Viviane Ramires, primeira dama de Cacoal, entre outras. Ou seja, a disputa será das mais acirradas.

“E ARRANCA-NOS A VOZ DA NOSSA GARGANTA. ENTÃO, JÁ NÃO PODEMOS DIZER MAIS NADA!”

“Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem. Pisam nossas flores e matam nosso cão. E não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho na nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, então arranca-nos a voz da garganta. Daí, já não podemos dizer nada!” O trecho do poema de Eduardo Alves da Costa, com alguma semelhança ao que escreveu o russo Vladimir Maiakóski, num brilhante texto sobre a violência, a guerra e a Revolução Russa, resume muito bem o silêncio do Parlamento e da sociedade do nosso país, contra a sequência de pisoteios, que ministros do STF estão impondo à Constituição e a tentativa, em uníssono com lideranças esquerdistas, de impor a censura ao Brasil. O caso do deputado Daniel Silveira é sintomático. Ele exagerou, cometeu sérios delitos, mas, se alguém fosse puní-lo, deveriam ser seus colegas de mandato e jamais um tribunal superior, hoje transformado, pela maioria dos seus membros, num braço político da oposição brasileira. Mesmo os que acham que a decisão foi correta e não por ideologia esquerdista, não sabem o risco que estão correndo. Aplaudem porque a punição hoje foi para alguém que não os afeta, que está distante e que, pelo raciocínio deles, “teve o que merece”, mesmo exercendo seu direito à livre manifestação e protegido sob o manto sagrado do poder parlamentar, outorgado pelo povo. Então, para os outros, que se censure! Mas quando eles vierem e começarem a pisar na grama do seu jardim e matar o seu cão, daí a reação será tardia. Em todo este caso, o único lado bom é que, usando a Constituição, Jair Bolsonaro concedeu perdão presidencial ao deputado. No resto, só coisa ruim!

INVASORES DESTRUÍRAM PROPRIEDADE. PRESOS E SOLTOS, VOLTARAM PARA TERMINAR O QUE COMEÇARAM

Onde estão sendo cumpridas as leis que protegem a propriedade, que manda prender criminosos, que impede que pessoas armadas as usem, em ataques a inocentes? Em Rondônia parece que tais leis não existem. Nesta semana, em Castanheiras, uma propriedade rural foi invadida, destruída, queimada e os donos da área tiveram que fugir às pressas, ameaçados pelo grupo de pelo menos dez pessoas, não uma, mas duas vezes. Na primeira vez, os proprietários e os funcionários da área tiveram que fugir, enquanto tudo era destruído e queimado. Três dias depois, repetiram tudo novamente. Neste meio tempo, a polícia descobriu os autores e todos foram levados à Delegacia. Horas depois, todos estavam soltos de novo e, em menos de 72 horas, os suspeitos cometeram outro ataque violento. No primeiro dia, os criminosos chegaram atirando contra os proprietários da área. Se não tivessem corrido, seriam mortos. Dias depois, os invasores voltaram, para terminar de destruir o que tinham começado a fazer e, mesmo tendo sido detidos neste meio tempo, fizeram de conta que não era com eles. Ou seja, para muitos produtores rurais, para gente que dá duro plantando ou criando gado, a lei vale só pela metade. Ou seja, só quando ela protege criminosos. Porque para proteger quem trabalha e sua nas plantações e criação de gado, aí a lei é relativa.

A TRÁGICA MORTE DO MENINO LEVADO PELAS ÁGUAS E O MAIOR VOLUME DE CHUVAS NA CAPITAL EM 50 ANOS

Foi um episódio triste, que mereceu profundo lamento de toda a sociedade de Porto Velho e do Estado. O temporal da noite da última terça-feira causou a morte de uma criança de dez anos. O menino estava no carro com a mãe e dois irmãos, quando o carro deles caiu num bueiro, escondido pelas águas e arrastou a todos. Mãe e duas crianças foram salvas, mas o pequeno, mesmo com todos os esforços dos bombeiros e dos médicos, não conseguiu sobreviver. No dia seguinte, a Prefeitura emitiu Nota não só lamentando o episódio, como informando estar à disposição da família enlutada para toda a ajuda que puder. No mesmo documento, há informações surpreendentes sobre o volume de chuvas, que se abateu na Capital, nesta temporada do inverno amazônico. Aliás, chuvas torrenciais, com muitas vítimas fatais e enormes perdas materiais, se repetiram em todo o país. Conforme a Nota da Prefeitura, “Porto Velho, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), enfrenta o pior volume de águas dos últimos 50 anos. Em fevereiro foi registrado a maior quantidade de chuvas para o mês, nos últimos 33 anos. Em março, o total foi de 383,8 milímetros, o que equivale a 40 por cento acima do normal”. Diz ainda que “segundo a Defesa Civil Municipal, o transbordamento de vias decorre do grande volume de chuva que cai num curto período de tempo, sobrecarregando o sistema de escoamento pluvial. E as chuvas ininterruptas na noite desta terça-feira causaram alagamentos em diversos pontos da cidade”.


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