Em plena terceira década do século XXI, falar sobre racismo é algo que ainda mostra o quanto o preconceito ainda existe e deve ser eliminado da sociedade. Mas, não é uma tarefa fácil. Para piorar, em 521 anos de história, o Brasil possui uma longa história nesse assunto e quebrar esses paradigmas têm sido um desafio constante.
Mas, como quem está do lado de lá vê o Brasil? Que lições as principais vítimas da escravidão podem ensinar aos brasileiros? Com a palavra, o proprietário do maior portal de notícias de Angola, o empresário, Sarchel Necesio.
Responsável pelo Platina Line, ele conta que o Brasil recebe sempre a atenção e a preocupação dos angolanos. “Principalmente pelo fato de aí ser um país de longa tradição e origem negra. O preconceito é um problema clássico mundial, inclusive por aqui, e uma coisa que deve ser ensinada desde a base que deve ser combatida. O racismo não se fabrica na fase adulta da pessoa, por isso ele deve ser erradicado desde a infância com uma educação elementar. A nova geração deve mudar este paradigma e já crescer entendendo que não haverá diferenças por causa de raça, qualquer que seja”.
Em Angola, por exemplo, o preconceito com relação à questão racial já diminuiu muito. “O angolano, por natureza, é um povo que gosta de socializar, de interagir e não se deixa levar por este sentimento de preconceito”. Por lá, o que pode acontecer uma outra forma de discriminação, revela o empresário, “É mais fácil eu sentir preconceito, por exemplo, de uma pessoa em relação ao seu estado social, do que propriamente por questão racial”, conta.
Outro detalhe que ele observa, é que nas entrelinhas, os brancos podem ter uma certa vantagem na busca por emprego na mídia. “É mais fácil você ganhar um emprego por ser branco, mas é uma coisa que não se nota claramente, é muito raro perceber isso. Mas não somente por questão racial, pois nessas horas o que levam mais em conta é o desempenho da pessoa e sua qualificação para ocupar aquela vaga”, ressalta. Para mudar isso, o empresário reforça “a necessidade de uma educação correta na base e a sensibilização da meritocracia”, completa.
fonte: Jennifer da Silva Suporte MF Press Global