Será que o cenário de pandemia, crise econômica e polarização política afetou o sentimento de felicidade dos brasileiros? A pesquisa Global Happiness 2022, realizada pelo Instituto Ipsos, indica que sim. Os dados de entrevistas online com habitantes de vários países revelam que os brasileiros ficaram menos felizes com o passar dos anos.
Segundo a comparação da série histórica do mesmo levantamento feito em anos anteriores, em 2013, cerca de 81% dos entrevistados do Brasil afirmaram que se consideravam “muito” ou “bastante” felizes. No final de 2021, esse índice caiu para apenas 63%.
Saúde mental, propósito e qualidade de vida foram alguns dos aspectos avaliados para mensurar o sentimento dos entrevistados. Considerando a média global com os 30 países pesquisados, o nível de felicidade está em 67%, o que representa 10 pontos percentuais abaixo do que era em 2011 e 2013 (77%).
No mundo, os maiores índices estão na Holanda e Austrália, com 86% e 85%, respectivamente. Em seguida, aparecem China e Grã-Bretanha empatadas com 83%. Do lado oposto, os números mais baixos foram identificados na Turquia (42%), Argentina (48%) e Hungria (51%).
Fonte da felicidade
A pesquisa questionou, ainda, quais motivos levam os entrevistados a se sentirem felizes. Em todo o mundo, 90% mencionaram “saúde física e bem-estar”; 89% assinalaram “saúde mental e bem-estar” e “minhas condições de vida (acesso à moradia, comida, água e saneamento básico)”.
No recorte brasileiro, os dados mudam um pouco. Na lista de principais causadores de felicidade, os dois primeiros motivos se invertem se comparado com as médias globais: “saúde mental e bem-estar” aparece em primeiro (92%), seguido por “saúde física e bem-estar” (90%). No entanto, a grande diferença está no terceiro motivo. Houve um empate entre “sentir-me no controle da minha vida” e “sentir que minha vida tem sentido”. Os dois foram mencionados por 80% dos entrevistados brasileiros.
Sobre a pesquisa
Entre 19 de novembro e 3 de dezembro de 2021, a Ipsos entrevistou de forma on-line 20.504 pessoas, sendo aproximadamente mil delas, no Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
Além do Brasil, outros países integraram a pesquisa. Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá e Estados Unidos são alguns deles.
diário da Amazônia