A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), força-tarefa integrada pela Polícia
Civil de Minas Gerais (PCMG), pela Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo
Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e pelo Departamento Penitenciário
Federal (Depen Federal), deflagrou, na manhã de hoje (31/08), a Fase 2 da operação “Caixa Forte”
que investiga o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro praticados pelo PCC – Primeiro
Comando da Capital.
A PCMG e a PF cumprem 422 Mandados de Prisão Preventiva e 201 Mandados de Busca e
Apreensão em 19 Estados da Federação e no Distrito Federal, além do bloqueio judicial de até
R$252.000.000 (duzentos e cinquenta e dois milhões de reais), expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos
de Belo Horizonte/MG. Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização
criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas cominadas
podem chegar a 28 anos de prisão.
As investigações
Os trabalhos de Polícia Judiciária são coordenados pelo delegado da PCMG Murillo Ribeiro e pelo
delegado da PF Alexsander Castro de Oliveira, que integram a FICCO.
O delegado da PCMG, Murillo Ribeiro, explicou que os dados obtidos na Operação Caixa Forte
Fase 01 revelaram que os valores resultantes do comércio ilícito de drogas eram, em parte,
canalizados para inúmeras outras contas bancárias da facção. “A Fase 1 identificou os
responsáveis pelo ‘Setor do Progresso’ do PCC, com atuação no tráfico de drogas e consequente
lavagem de dinheiro. O dinheiro obtido era enviado, inclusive, para as contas do ‘Setor da Ajuda’,
responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios”, explicou.
A investigação identificou 210 integrantes do alto escalão do PCC recolhidos em Presídios
Federais. “Eles recebiam valores mensais da facção por terem ocupado cargos de destaque na
organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo,
assassinatos de servidores públicos”, detalhou Murillo Ribeiro.
Para o delegado da PF, Alesxander Oliveira, os integrantes da facção acreditavam que eram
capazes de ludibriar até o Poder Judiciário. “Com o objetivo de garantir o recebimento do ‘auxílio’
do PCC, os criminosos indicavam contas de pessoas que não pertencem à facção para que os
valores, resultantes das atividades ilícitas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do
sistema de justiça criminal”, afirmou.
“Esta é a maior operação policial da história contra a facção, sendo cumpridas mais de 876 ordens
judiciais- entre prisões, buscas e sequestro de valores -simultaneamente, em mais de 90 cidades
brasileiras. O objetivo é desarticular a organização criminosa por meio de sua descapitalização,
atuando em conformidade com as diretrizes do órgão de enfrentamento à criminalidade
organizada por meio da abordagem patrimonial, além da prisão de lideranças”, concluiu o
delegado Murillo Ribeiro.
Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação
para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas podem chegar a 28 anos de prisão.