Por Redação do ge — Rio de Janeiro
PUBLICAÇÃO: RICARDO DUARTE
DRT:2006-RO
ARLER:1006
A surpreendente escalação de Vítor Pereira para a primeira partida da decisão do Carioca provocou situação impensável para quem acompanhou o Flamengo de 2019 em diante. Pela primeira vez em uma final nenhum dos quatro integrantes do famoso quarteto ofensivo formado por Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol começou como titular.
Gabriel e Ribeiro não foram titulares por opção do treinador, enquanto Arrascaeta, com lesão no adutor da coxa direita, e Bruno Henrique, já liberado pelo departamento médico após grave lesão multiligamentar, não constavam na relação. Embora já curado clinicamente, BH e comissão programam seu retorno para o dia 16, contra o Coritiba, na estreia rubro-negra no Brasileiro.
Foram 23 finais (Carioca, Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil são decididas em dois jogos) contando com pelo menos um deles desde o início da partida. Nesse recorte, foram 17 disputas de título, e o Flamengo conquistou 11 (duas Libertadores, dois Brasileiros, Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana, duas Supercopas do Brasil e três estaduais).
Do quarteto de 2019, Gabigol é disparadamente o mais decisivo. Fez 14 gols em 20 jogos, o que corresponde a uma impressionante média de 0,7 gol por partida.
Vejamos abaixo um resumo de cada um dos ídolos:
Gabigol só não iniciou três decisões como titular. Foi desfalque no jogo de ida da Recopa Sul-Americana de 2020 por estar suspenso. No mesmo ano, ficou fora da final do Carioca, contra o Fluminense, também por conta de um vermelho após o tempo regulamentar.
No último sábado, Gabigol viveu a incomum situação de ser reserva em uma decisão pela primeira vez com a camisa do Flamengo, ao ser barrado por Vitor Pereira.
É, de longe, o maior artilheiro do Flamengo nesses 23 jogos. Fez 14 dos 35 gols do clube no recorte, mais do que um terço.
Foram dois contra o River Plate (Libertadores 2019), dois diante do Athletico-PR (Supercopa do Brasil 2020 e Libertadores 2022), um enfrentando o Independiente del Valle (Recopa Sul-Americana 2020), quatro sobre o Palmeiras (um na Supercopa de 2021, um na Libertadores de 2021 e dois na Supercopa 2023), quatro em cima do Fluminense (três nas duas finais do Carioca de 2021 e um na finalíssima do mesmo campeonato no ano seguinte) e um em confronto com o Atlético-MG (Supercopa do Brasil 2022).
Arrascaeta, o líder de jogos como titular
Autor de gols nos títulos da Supercopa de 2020 e 2021, Arrascaeta pela primeira vez ficou fora de uma final no último sábado. Uma lesão no adutor da coxa direita que o tirará por pelo menos um mês foi a responsável pela ausência. No ano passado, não fosse uma Data Fifa com o Uruguai, seria titular no primeiro jogo da decisão estadual com o Fluminense. Desgastado, ficou no banco, e o Flamengo foi mal na derrota por 2 a 0.
Em 2023, atuou nas decisões da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana. Fez gol nos acréscimos contra o Independiente del Valle que levou a partida primeiramente para a prorrogação e na sequência para os pênaltis.
Everton Ribeiro: sempre disponível
Outro ídolo histórico do Flamengo, Everton Ribeiro chama atenção por sua condição física. Sempre com mais de 50 jogos por temporada – 2017 foi exceção porque chegou no segundo semestre -, o camisa 7 jamais esteve indisponível para uma decisão. No total de sua passagem, são 348 partidas e 43 gols marcados.
Só deixou de iniciar três decisões como titular, todas contra o Fluminense, no estadual. Em 2020, no primeiro jogo, Jorge Jesus o colocou somente no segundo tempo.
No ano passado, foi a vez de Paulo Sousa colocá-lo no banco, mas somente no segundo jogo. Em 2023, Vítor, mesmo com a ausência de Arrascaeta, optou por mantê-lo como reserva. Em ambas foi utilizado na etapa final. Do quarteto é o único que não tem gol em finais.
Perto do retorno, BH não joga final há um ano
Do quarteto, Bruno Henrique é quem menos jogou finais pelo Flamengo. A lesão multiligamentar no joelho direito, sofrida em junho do ano passado, o tirou das finais da Copa do Brasil, da Libertadores, da Supercopa do Brasil, da Recopa Sul-Americana e do Fla-Flu do último sábado.
A primeira final que essa geração disputou, porém, teve Bruno Henrique como herói. Ele fez dois gols no jogo de ida da final estadual de 2019 contra o Vasco (2 a 0). Levou amarelo, porém, e perdeu a finalíssima. Em 2020, um trauma na perna direita o tirou da segunda partida da final da Recopa Sul-Americana. Também ficou fora do jogo 1 da decisão estadual do mesmo ano (incômodo na panturrilha).
Na primeira partida da decisão do Carioca 2022, começou no banco porque se recuperava de luxação no ombro.
Além dos gols contra o Vasco em 2019, no ano seguinte marcou um na Recopa Sul-Americana (jogo de ida no Equador, contra o Del Valle) e outro na Supercopa do Brasil, diante do Athletico-PR. Em 2022, voltou a marcar na Supercopa, contra o Atlético-MG.