A armação funcionava através de fraudes na folha de pagamento da ALE, com uso de diversos artifícios. As investigações começaram a partir de divulgação de vídeos pelo então governador Ivo Cassol, mostrando imagens de deputados praticando extorsão contra ele. Diligências da Polícia Federal comprovaram a existência de esquemas de desvios de verbas, o que levou vários deputados – incluindo o então presidente da Assembleia Legislativa Carlão de Oliveira (na foto, portando algemas), o presidente do Tribunal de Justiça da época, o procurador-geral do Estado e integrantes do governo para a cadeia.
No desdobramento do caso já em âmbito judicial 23 réus foram acusados de participação nos desvios, sendo todos condenados em primeira instância. O elenco foi composto de figuras de destaque no cenário político daquele tempo, entre eles o ex-presidente da última legislatura da Assembleia, Maurão de Carvalho, que disputou o governo de Rondônia nas eleições passadas. Ao longo dos anos figuras eminentes entre os “Dominós” deixaram a vida pública, mas representantes de clãs políticos daquele período ainda ocupam cadeiras no Legislativo estadual.
Apesar da dimensão do caso, a “Operação Dominó” não serviu como precedente para que se criasse uma cultura de transparência e lisura na conduta de políticos e ordenadores de despesas em instituições públicas de Rondônia. De lá para cá diversos escândalos nas mais variadas esferas do poder público do Estado aconteceram, e os processos se empilham nos escaninhos do Judiciário rondoniense. A morosidade no desfecho de situações do gênero, como este caso, servem para se perpetuar a cultura da certeza da impunidade que permeia nos bastidores do poder.
O novo julgamento dos réus da Operação Dominó está agendado para o dia 24 de abril, e a sociedade rondoniense permanece, aparentemente, indiferente ao fechamento deste ciclo que de um modo geral já caiu no esquecimento da população.
Fonte: Ronotícias