Nesta quarta-feira, 19 de abril, “Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas”, o presidente da Câmara Municipal de Cacoal, vereador Magnison Mota, recebeu, no gabinete da Presidência, o chefe indígena Almir Narayomoga Suruí.
O objetivo de reunir com o Legislativo Municipal, segundo o chefe indígena, foi de reivindicar melhorias nas estradas vicinais e pontes que dão acesso à Aldeia Paiter Suruí, localizada na Terra Indígena 7 de Setembro, na Linha 11, área rural de Cacoal, e demais Aldeias existentes na região.
A reunião contou com a presença do secretário adjunto da agricultura Izailton Teixeira, demais representantes da Paiter Suruí, e assessores do Legislativo.
Na oportunidade, Almir Suruí ressaltou que a atenção às estradas é de suma importância e urgente para o escoamento da safra, especialmente neste momento em que o estado vive em plena ascensão da colheita, e as aldeias têm sua parcela significativa de contribuição através produção do Café, Cacau, banana e Turismo.
O chefe indígena também falou sobre as dificuldades que os povos das aldeias, principalmente da Linha 11, estão tendo de acesso ao transporte escolar.
Após as explanações, o secretário da agricultura e o presidente da Câmara de Cacoal se comprometeram em fazer uma nova vistoria nesta quinta-feira, dia 20 de abril, na localidade para realizar um levantamento das necessidades in loco para que os serviços sejam realizados da forma correta.
Em relação ao transporte escolar, irá verificar a real causa da dificuldade do acesso, pois segundo ele, a estrada que liga o trecho ao município recebeu obras recentemente.
Sem reconhecimento
Ao falar sobre o Dia em que se homenageia os povos indígenas, Almir Suruí disse que infelizmente, o município tem deixado a desejar por não prestar nenhuma homenagem na data. “Lamentavelmente não temos nenhuma comemoração agenda pelo município neste dia. Isso é muito triste em um município onde existem tantas aldeias e povos que contribuem com o seu desenvolvimento”, relatou.
Cacoal é uma das cidades do estado que mais conta com Aldeias Indígenas, que inclusive são premiadas em nível nacional devido à qualidade do Café e reconhecidas em nível mundial através das discussões com autoridades internacionais que chamam à atenção aos povos indígenas.
“É uma falha muito grande que temos aqui. Somos reconhecidos muitas vezes mundialmente, mas não somos tão valorizados no nosso próprio território”, completou Almir Suruí.
Mesmo sendo um dos únicos vereadores a contratar um assessor indígena, que se desligou do gabinete da Câmara por vontade própria e ser um dos vereadores que apoia a causa indígena, Magnison Mota reconheceu que de fato, o município tem sido falho, e “precisa rever esta questão urgente”.