Na última semana, as 28 aldeias da etnia paiter-suruí em Rondônia escolheram, através de eleição, quem será o próximo chefe maior. A votação contou com o auxílio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RO) que disponibilizou quatro urnas de cédula para o território indígena.
A eleição durou cerca de 12 horas e após a contagem de votos, no dia seguinte, Almir Suruí e o vice, Anderson Suruí, foram eleitos com 56,3% dos votos. Na eleição indígena, podem participar os integrantes com 15 anos ou mais.
A chapa vencedora deve tomar posse no primeiro dia de 2022 e ocupar as funções de chefes maiores até 2024, quando será realizada uma nova eleição.
“Esse líder maior ele tem o papel onde ela possa buscar as nossas reivindicações dentro do governo federal, governo do estado e municípios”, explica o líder indígena, Celso Suruí.
15 anos de democracia
Há cerca de 15 anos, os cargos chefes do povo paiter-suruí eram hereditários: passavam de pai para filho. De acordo com Celso, algumas políticas democráticas foram implantadas após o contato com a o povo não-indígena.
“O povo paiter entrou em consciência e viu que a democracia é um papel fundamental dentro de um coletivo”, ressalta.
As principais características esperadas em um líder maior são a agilidade e capacidade de buscar recursos que beneficiem o povo indígena.
Fonte: G1