O homem, que não teve a identidade revelada, é apontado por liderar um esquema criminoso que extorquia familiares de pacientes internados no DF
Membro do Comando Vermelho (CV), o homem responsável por chefiar uma onda de golpes a familiares de pacientes internados em hospitais do Distrito Federal está preso por assassinar um informante da facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC). De dentro da Penitenciária de Rondonópolis (MT), o acusado, que não teve a identidade revelada, e outros criminosos se passavam por médicos e prometiam “procedimentos de urgência”. Segundo as investigações, são mais de 20 vítimas só na capital.
O documento manuscrito detalha as regras impostas pela organização criminosa, a formação da cúpula e os direitos e deveres dos integrantes. O texto é escrito em papel pautado. Sem rodeios, a primeira linha traz logo o nome da facção e um breve resumo da história do Comando Vermelho, fundado em 1979, no presídio de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, “com o intuito de combater a opressão, luta para o progresso e liberdade, para regredir as regras cruciais para o bom funcionamento da nossa organização”, diz o estatuto.
Os presidiários também enganavam pessoas que colocavam anúncios na internet para vender seus carros e os compradores. De acordo com o delegado-adjunto da 19ª DP, Thiago Boeing, há vítimas em várias regiões do país. O golpe consistia em ligar para quem estivesse vendendo o carro, dizer que iria olhar o veículo e pedir para a pessoa retirar o anúncio. Depois, o criminoso clonava o anúncio, oferecendo um preço bem mais barato e levando o comprador a transferir o dinheiro direto para ele.
Durante as buscas no presídio, a polícia também apreendeu celulares utilizados pelos criminosos e documentos que serão analisados para identificação da participação de cada um dos envolvidos.
Ao término da investigação, eles poderão responder pelos crimes de extorsão, estelionato, associação criminosa e lavagem de capitais.
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