O Brasil ocupa a segunda posição em número absoluto de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo dados do International Registry in Organ Donation and Transplantation (IRODAT). No entanto, segundo o Ministério da Saúde, a fila de espera por órgãos ultrapassou 41 mil inscritos em 2016. Neste contexto, o transplante de rim é o que apresenta a maior discrepância entre número de pacientes na fila de espera e os procedimentos realizados: foram 5.592 transplantes para 24.914 inscritos. Somente em 2017, 1.716 pacientes morreram enquanto esperavam por um rim.
Com o objetivo de mudar esta realidade e reduzir ou mesmo acabar com a fila de transplante de órgãos no Brasil, o Xenotransplante – transplante de órgãos entre duas espécies diferentes – nesse caso o Sus scrofa domesticus e o Homo sapiens, porco e homem – está se tornando uma realidade no país. A partir da CRISPR, uma técnica de edição genética baseada num sistema defensivo de bactérias, utilizada por Ernesto Goulart, pós-doutorando no Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco da Universidade de São Paulo (USP), coordenado pela professora Mayana Zattz, é possível inativar, retirar ou substituir pedacinhos de genes.
Segundo o pesquisador, três genes que provocam a rejeição são bem conhecidos. Desativando-os por meio desta solução de edição gênica conhecida como CRISPR-Cas9, é possível fazer com que o sistema imunológico humano não rejeite os órgãos. As células destes porcos serão testadas com o soro de pessoas que estão na fila de transplante de rim na população brasileira, a fim de verificar se escapam de anticorpos pré-existentes que podem levar à rejeição dos órgãos suínos. Hoje, mesmo transplantes entre humanos exigem que o transplantado tome medicamentos imunossupressores, alguns para o resto da vida, a fim de combater a rejeição. No caso dos que precisam de transplante de rim, há ainda um custo elevado em hemodiálise daqueles que esperam por um novo órgão.
“O objetivo do nosso grupo, liderado pelo professor Silvano Raia, é modificar o genoma de porcos para tornar os órgãos desses animais compatíveis para o transplante em humanos, a partir de técnicas inovadoras como CRISPR. Queremos ser o primeiro grupo do mundo a fazer um xenotransplante. E acredito que vamos fazer isso em cinco anos”, explica o Ernesto Goulart.
Conhecida mundialmente por seu know-how no apoio às empresas e instituições de pesquisa durante o desenvolvimento de diversas soluções voltadas para a ciência, a Thermo Fisher Scientific apoia este projeto, a partir da Linha de cultivo celular Gibco (meios de cultivo para crescimento das células em cultura); Linha de produtos de edição genômica (reagentes necessários para realização da técnica de edição genica por CRISPR Cas9), Linha de microscópios EVOS (utilizados para visualização das células em cultivo e também para ensaios de fluorescência) e Citometro de Fluxo – Attune (usado para análise das células).
Sobre a Thermo Fisher
A Thermo Fisher Scientific é líder mundial em produtos e soluções científicas, com receita anual acima de US$ 25 bilhões, cerca de 75 mil funcionários e investe mais de US$ 1 bilhão por ano em pesquisa e desenvolvimento. No Brasil, são 450 funcionários, trabalhando desde a operação até o atendimento ao cliente, reforçando o enfoque científico da empresa. Sua missão é capacitar os clientes a tornarem o mundo mais saudável, mais limpo e mais seguro, acelerando a pesquisa em ciências da vida, resolvendo desafios analíticos complexos, melhorando os diagnósticos dos pacientes e aumentando a produtividade dos laboratórios.
fonte:Thermo Fisher