Enquanto nacionalmente acirravam-se os ânimos entre direita e esquerda; bolsonaristas e lulistas; e surgiu, de repente, uma pequena fagulha de energia denominada “terceira via” – que já morreu, inclusive –, lado outro no Estado comandado por Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, se viu um “engarrafamento” de espectro.
Em suma, o lado destro está lotado de gente, e todo mundo “arrastando asa” para o lado do presidente da República Jair Bolsonaro, do PL, correligionário do congressista Marcos Rogério, seu “pit bull” na CPI da COVID-19 em Brasília.
Também por aqui houve outra transformação abrupta de panorama: o ex-governador Ivo Cassol, do Progressistas, contrariando todas as projeções dos causídicos eleitoralistas mais pessimistas, obteve aval temporário patrocinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de disputar a contenda deste ano.
Com a última deliberação do ministro Alexandre de Moraes pedindo vistas nos autos e marcando a continuidade do julgamento para a próxima sexta-feira, 26 de agosto, ou na subsequente, 02 de setembro, Narciso ganha fôlego e no mínimo germina a dúvida na cabeça da população.
“Posso votar em Cassol?”. “Será que se eu votar meu voto vai pelo ralo?”. “Ele é mesmo candidato?”. “Mas não era ficha suja?”. “Por que a Justiça demora tanto pra decidir?”. “Por que não decidiu antes?”.
Paralelamente ao imbróglio legal, os adversários, especialmente o regente do Palácio Rio Madeira, no caso, Rocha, vão tocando suas campanhas de maneira “fria”, pouco propositivas e sem grandes embates.
Com isso, a vantagem se curva sempre a quem detém a função e busca conservá-la, vez que sem grandes investidas contra a administração dos últimos quatro anos e excursionando seu Plano de Governo como bem entende, livre, a responsabilidade cai no colo dos demais competidores.
E entre todos, quem tem mais a perder é o jovem-adulto Léo Moraes, do Podemos, que largou uma reeleição muito bem encaminhada para trilhar a difícil busca pelo Poder Executivo estadual.
Isto porque Marcos Rogério tem mais quatro anos de Câmara Alta; Cassol já está “fora” da política, então para ele tanto conseguir concorrer, ganhar ou perder; Pimenta de Rondônia, do PSOL; e Val Queiroz, do AGIR, estão na ala da oposição mais forte, da “artilharia” retórica pesada; e Daniel Pereira, do Solidariedade, mais moderado, também não vê no horizonte grandes perdas caso fique pelo caminho.
De certa maneira soa melancólico o fato de a novela cassolista no STF ter mais audiência que o andamento tradicional e costumeiro de uma rotina de campanha.
Talvez a sociedade consiga extrair melhor a essência de cada um dos setes quando todos – sem exceção –, resolverem participar dos debates.
A partir disso, quando tirarem a “cabeça para fora dos seus respectivos cascos”, é possível que a população tenha algo a mais do que essa “batalha” sem graça, insossa, insípida, inodora, incolor e desagradável.