A seca extrema, influenciada pelo El Niño, impactou diretamente a cadeia produtiva de várias culturas em Rondônia. No caso da soja, por exemplo, a expectativa da safra está abaixo da projetada anteriormente, indicam os especialistas.
De acordo com o boletim de safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa do volume de produção para a safra 2023/2024 está abaixo dos obtidos na safra anterior.
“Tá sendo uma safra complicada […], com surpresas negativas em termos de produtividade”, explicou Vicente Godinho, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Rondônia.
O clima é responsável por 30% do desempenho da produção de alimentos. Períodos prolongados de seca podem prejudicar o desenvolvimento das plantas, enchimento dos grãos, qualidade das pastagens, entre outros.
Para tentar minimizar os impactos da estiagem, a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron) decidiu adiar o plantio da soja até 20 de janeiro. Mas a decisão, segundo produtores, impacta a safrinha de milho.
“O que nos preocupa um pouco é que essa chuva pode cortar mais cedo e que isso comprometa a janela do safrinha, que seria o milho, a segunda safra. Como o estado já está bastante comprometido no safrinha, diversas regiões não vão conseguir plantar milho, justamente pelas questões climáticas e pelo atraso da semeadura da soja, já que isso não permite a safrinha”, explica o produtor Giovani Bagatoli.
Rondônia foi um dos estados que mais sofreu com as altas temperaturas, sendo o único da Região Norte a ter municípios classificados com seca extrema.