O reajuste do preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras motivou na elevação das projeções do mercado financeiro para a inflação deste ano, segundo dados revelados nesta segunda-feira (21) pelo BC (Banco Central).
Com a atualização, a previsão é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre o ano em 4,9%, estimativa similar à apurada há quatro semanas, mas 0,06 ponto percentual maior do que a da semana passada.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, estima que a o aumento da gasolina (16,3%) e do diesel (25,8%) nas refinarias deve ter um impacto de 0,4 ponto percentual no índice de preços entre os meses de agosto e setembro.
A nova expectativa indica que a inflação oficial será, pelo terceiro ano seguido, maior do que o teto da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%). A projeção atual aparece a menos de 0,1 ponto percentual do limite.
No último RTI (Relatório Trimestral de Inflação), divulgado no início deste mês, o BC prevê que a probabilidade de a alta furar novamente o teto da meta do CMN (Conselho Monetário Nacional) passou de 83% para 61%.
• Compartilhe no WhatsApp
• Compartilhe no Telegram
Para o mês de agosto, a previsão é de que o IPCA apresente uma alta de 0,24%, o que representará um ganho de força ante o avanço dos preços de julho. Em setembro e outubro, as projeções são de que o índice oficial de preços apresente altas de, respectivamente, 0,37% e 0,39%.
As expectativas para o índice do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2024, 2025 e 2026 permanecem estáveis em, respectivamente, 3,86%, 3,5% e 3,5%.
Com as novas projeções, a aposta na cotação do dólar subiu pela segunda semana seguida, de R$ 4,93 para R$ 4,95. Entre os preços administrados, como energia e combustíveis e planos de saúde, a projeção subiu pela terceira vez e passou para uma alta de 9,93% neste ano.