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Com 9,5%, Brasil volta ao 2º lugar em ranking global de juros reais

Apesar de tornar país atraente para investidores, juro real encarece empréstimos e desestimula investimentos produtivos no Brasil

Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo

O Brasil voltou à segunda colocação no ranking global de juros reais, atrás da Turquia e à frente de Rússia e Colômbia. Segundo cálculo feito pela MoneYou, a taxa real de juros no país atualmente é de 9,51%.

A empresa chegou a esse número considerando a taxa Selic de 15% ao ano e uma previsão de 4,45% de inflação para os próximos 12 meses, conforme o boletim Focus de 5 de setembro.

Especialistas apontam que o nível elevado reforça a atratividade do país para investidores de curto prazo, mas cria barreiras ao crescimento da economia interna.

Para Hugo Garbe, doutor em economia e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, juros reais altos funcionam como uma faca de dois gumes.

“Eles tornam o país atrativo para capital estrangeiro de curto prazo, pois títulos públicos e ativos de renda fixa oferecem retornos expressivos. No entanto, para a economia doméstica, o cenário representa um obstáculo: o crédito para empresas e famílias se torna mais caro, investimentos produtivos são desestimulados e o crescimento econômico desacelera”, afirmou.

O professor destacou que reduzir a taxa de forma consistente depende de mudanças estruturais.

“Seria necessário maior credibilidade fiscal e monetária, mercados financeiros mais profundos e reformas que aumentem a produtividade e a previsibilidade institucional.”

Efeitos sobre empresas e famílias

César Bergo, professor de mercado financeiro da UnB (Universidade de Brasília), considera surpreendente o fato de o Brasil manter taxa real superior à de países em guerra ou crise severa, como Rússia e Argentina.

Para ele, o dado revela fragilidades internas na condução econômica.

“É de se estranhar que nós tenhamos essa taxa de juros real maior do planeta, perdendo apenas para a Turquia e também acima da observada em países com problemas de guerra, geopolítica ou crise econômica”, avaliou.

Segundo Bergo, os impactos recaem diretamente sobre crédito e investimentos.

“Você inibe a formação de capital de giro pelas empresas, porque ela depende do crédito para realizar essas operações. O custo de oportunidade de investir na produção é alto. Muitas companhias preferem aplicar recursos no mercado financeiro em vez de investir, comportamento semelhante ao das famílias.”

Ele acrescentou que juros elevados atraem capital especulativo de curto prazo, mas prejudicam a atividade produtiva e a geração de empregos.

Para reduzir taxas de forma consistente, o professor defendeu a necessidade de equilíbrio fiscal.

“Hoje, a política fiscal expansionista do governo caminha em sentido oposto à política monetária contracionista do Banco Central. Esse conflito dificulta avanços.”

Contraponto

Embora o Brasil apareça em posição de destaque no ranking, parte dos economistas questiona a comparação direta entre países.

Para esse grupo, o parâmetro mais adequado é a diferença entre a taxa vigente e a chamada “taxa neutra de juros”, indicador baseado nos fundamentos da economia e sem pressão inflacionária.

No Brasil, a taxa neutra é estimada em 5,5%, segundo o Banco Central.

Para Benito Salomão, professor do Instituto de Economia e Relações Internacionais da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), “o que importa não é o ranking, mas a distância da taxa em relação à neutra”.

“Hoje, nossa taxa real está cerca de quatro pontos acima dela, o que significa política monetária contracionista, voltada a conter pressões inflacionárias e a garantir a atração de investimentos externos.”


Fonte:R7


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