Quando o portão de acesso ao gramado foi liberado para a imprensa durante a festa do título carioca do Fluminense, todos queriam uma palavra de Marcelo, craque que teve grande atuação na final, marcou o golaço que abriu o caminho para a goleada por 4 a 1 e conquistou o primeiro título em seu retorno ao clube que o revelou. Mas o lateral-esquerdo, da mesma forma que deixou perdido os marcadores rubro-negros no jogo, driblou câmeras e microfones e saiu sem dar entrevistas.
Marcelo tem perfil mais discreto, tanto que nem esteve na festa do título com jogadores, comissão técnica e diretoria em uma churrascaria da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e preferiu comemorar em casa com a família. Também não é de dar muitas entrevistas. Mas no gramado do Maracanã, com os olhos marejados, relatou a pessoas próximas sua emoção ao dizer que “já ganhou tudo na vida, mas o que sentiu aqui, ganhar na sua casa, nunca sentiu nada igual”.
E olha que o cara, aos 34 anos, é simplesmente o maior campeão da história do poderoso Real Madrid, onde conquistou 25 títulos, incluindo cinco Champions League, quatro Mundiais de Clubes e seis Campeonatos Espanhóis.
No Fluminense, em seu primeiro ano no profissional, Marcelo fez parte do grupo campeão carioca em 2005, mas não chegou a entrar em campo. O clube considera o lateral como campeão naquele ano, mas agora ele conquistou a taça jogando (e sendo decisivo).
Antes de “sair de fininho” do gramado, Marcelo vibrou bastante junto com a torcida (enquanto ainda não tinha imprensa no gramado) e tirou fotos com a esposa, Clarice, e os filhos Enzo e Liam, e com alguns jogadores, como por exemplo Gabriel Pirani.
Além da atuação de gala, Marcelo também foi importante no aspecto psicológico do time. No vestiário, o jogador é de poucas palavras, mas sua liderança em campo se dá pelo comportamento e qualidade técnica. Após o golaço que abriu o placar em um Maracanã lotado, talvez a reação natural fosse extravasar, mas o lateral mal comemorou e pedia foco aos companheiro apontando para a cabeça.
– No vestiário, até esse momento, Marcelo é de poucas palavras, mas o que você notou, eu notei. É uma marca, um jogador gigante que vem prestar bons serviços para o futebol brasileiro, felizmente para o Fluminense – exaltou o auxiliar técnico de Fernando Diniz, Eduardo Barros, em coletiva.
FONTE:Por Thiago Lima — Rio de Janeiro
PUBLICAÇÃO: RICARDO DUARTE
DRT:2007-RO
ARLER:1006
